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Argentina quer lançar foguete próprio

Por Agencia Estado
Atualização:

A Argentina pretende lançar um foguete até o fim deste ano. O foguete pretende ser o primeiro passo na conquista do espaço por parte deste país, e teria capacidade para subir 15 quilômetros. Posteriormente, foguetes nacionais seriam utilizados para colocar satélites argentinos em órbita. O anúncio foi feito por cientistas do Centro Atômico de Bariloche, que explicaram que a rampa de lançamento será instalada no vilarejo de Falda del Carmen, na província de Córdoba, onde existem instalações da Comissão Nacional de Atividades Espaciais (Conae). Com um orçamento modesto, os cientistas argentinos estão elaborando uma modalidade de foguete que não entre em choque com os tratados internacionais assinados pela Argentina que a proíbem de ser um "país missilístico". Por este motivo, o motor terá combustível líquido. O aparelho terá três metros de comprimento e seu primeiro vôo servirá para a obtenção de dados que permitam a construção de um segundo foguete, melhor e maior. O objetivo final é a construção, em um prazo não determinado, de um foguete com um motor de cinco toneladas de propulsão que possa elevar-se a 300 quilômetros da Terra, e assim, colocar no espaço satélites nacionais sem ajuda de outros países, como é atualmente. A Argentina não começará seu foguete do nada: desde os anos 60, diversos governos deste país desenvolveram um projeto de míssil continental conhecido pelo nome de "Cóndor". Com tecnologia argentina e alemã, tinha um alcance previsto de 4 mil quilômetros. Esta capacidade seria mais do que suficiente para atingir as ilhas Malvinas, arquipélago no Atlântico Sul, em posse da Grã-Bretanha. No entanto, nos anos 80, negociações entre o governo argentino e a Líbia para intercâmbio de tecnologia preocuparam o governo dos EUA, que pressionaram, em 1989, o então presidente Carlos Menem para que abandonasse o projeto "Cóndor". O abandono do plano causou ira nas forças armadas argentinas. Na época, para evitar qualquer vazamento de informação técnica, o governo americano solicitou a entrega do míssil, que foi destruído em território dos EUA.

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