Artigo anônimo do ‘NYT’ fala em resistência dentro da Casa Branca e enfurece Trump

Direção do jornal americano diz que tomou decisão pouco comum de não revelar nome do autor do texto para preservar sua posição dentro do governo

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WASHINGTON - “Covarde”. Foi assim, de maneira enfurecida, que Donald Trump se referiu a um artigo de opinião publicado nesta quarta-feira, 5, pelo New York Times. O texto, escrito por um funcionário da Casa Branca, revela que assessores fazem todo o possível para “preservar as instituições democráticas americanas” e frear os “impulsos equivocados” do presidente. 

Donald Trump fala com imprensa durante encontro de xerifesna Casa Branca Foto: REUTERS/Leah Millis

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“O dilema – que Trump não consegue entender – é que muitos dos principais assessores de seu governo trabalham de maneira diligente, a partir de dentro da Casa Branca, para frustrar parte de sua agenda e suas piores inclinações”, diz o texto. “Eu sei disso porque sou um deles.”

A direção do jornal disse que tomou a decisão pouco comum de não revelar o nome do autor a pedido dele, para preservar sua posição dentro do governo. Segundo o Times, a identidade do funcionário é conhecida e a decisão de publicar o artigo foi tomada em razão da “importância” do relato. 

No texto, o autor anônimo diz ser parte da “resistência” – termo usado pela ala mais radical do Partido Democrata. “Qualquer um que trabalhe com ele (Trump) sabe que se trata de alguém que não se orienta por princípios básicos para tomar decisões”, escreveu o funcionário. 

Segundo ele, o comportamento errático do presidente seria mais preocupante se não fossem os “heróis” que estão dentro da Casa Branca, em referência aos assessores de Trump. No fim, o texto diz para os americanos ficarem tranquilos, porque “há adultos” ao redor do presidente. “Reconhecemos o que está acontecendo. E estamos tentando fazer o que é correto.”

A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, também criticou o editorial. “O indivíduo por trás do editorial escolheu enganar, em vez de apoiar, o presidente. Ele não coloca o país em primeiro lugar, mas sim seu próprio ego à frente da vontade do povo americano.”

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