BEIRUTE - O presidente da Síria, Bashar Assad, disse que ainda não viu "nada de concreto" de seu colega americano, Donald Trump, no que diz respeito a sua promessa de derrotar o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), e qualificou as forças dos EUA de "invasoras" por estarem em seu país sem permissão de seu governo.
Em entrevista à rede de televisão chinesa Phoenix, Assad disse que, "em tese", ainda vê espaço para uma cooperação com Trump, embora praticamente nada neste sentido ainda tenha acontecido.
O líder sírio afirmou que a promessa de campanha do respublicano de priorizar a derrota do EI foi "uma abordagem promissora", mas acrescentou: "Ainda não vimos nada de concreto a respeito desta retórica".
Assad minimizou a campanha militar contra o Estado Islâmico na Síria, que tem apoio de Washington, já que "só algumas poucas operações" foram realizadas localmente, segundo ele. "Temos esperança de que esta gestão implemente o que temos ouvido", acrescentou.
Indagado sobre a mobilização de forças dos EUA perto de Manbij, cidade do norte sírio, Assad respondeu: "Quaisquer tropas estrangeiras vindas à Síria sem nosso convite são invasoras". "Não achamos que isto irá ajudar", completou.
A coalizão liderada pelos EUA está atacando o EI em solo sírio há mais de dois anos, e atualmente apoia uma campanha de milícias sírias aliadas para cercar e, em última instância, capturar Raqqa, a base de operações do grupo extremista na Síria.
Assad destacou que o Exército sírio, que vem sendo auxiliado pela Rússia, está agora "muito próximo" da cidade de Raqqa, depois de avançar pelas margens ocidentais do rio Eufrates. / REUTERS