Assessora da Casa Branca é criticada por promover produtos da filha de Trump 

Normas éticas federais proíbem funcionários do Executivo de usar as suas posições para apoiar produtos ou para os ganhos privados de amigos

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Atualização:

WASHINGTON - A assessora da Casa Branca Kellyanne Conway foi alvo de fortes críticas e reclamações por usar a sua posição para promover a linha de roupas de Ivanka, filha do presidente Donald Trump, um dia depois de Trump atacar uma loja por não mais vender os produtos.

A conselheira do presidente Trump, Kellyanne Conway Foto: AP Photo/Manuel Balce Ceneta

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Normas éticas federais proíbem funcionários do Executivo de usar as suas posições para apoiar produtos ou para os ganhos privados de amigos. O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, confirmou que ela foi aconselhada legalmente após o episódio. 

"Vão comprar as coisas de Ivanka. Eu mesma vou atrás de algumas hoje”, disse Kellyanne Conway à Fox News numa entrevista na Casa Branca. “Eu vou fazer um comercial gratuito aqui: Vão todos e comprem hoje.”

O republicano Jason Chaffetz, presidente da Comissão de Supervisão da Câmara dos Deputados, afirmou à agênciaAssociated Press que a promoção da marca "claramente ultrapassou a linha, inaceitável". A porta-voz de Chaffetz, M.J. Henshaw, confirmou seus comentários.

As organizações Citizens for Responsibility and Ethics (Cidadãos pela Responsabilidade e a Ética) em Washington e Public Citizen (Cidadão Público) apresentaram reclamações ao Escritório de Ética do Governo e ao Escritório de Aconselhamento da Casa Branca.

"Isso é uma violação da norma”, afirmou Norman Eisen, que foi da assessoria de ética do presidente democrata Barack Obama, à MSNBC. “Isso é um assunto sério.”

O principal democrata no comitê de fiscalização da Câmara dos Deputados, Elijah Cumming, pediu à comissão para levar o tema ao Escritório de Ética do Governo para possível ação disciplinar. O Escritório não respondeu aos pedidos por comentários.

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Na quarta-feira, Trump havia atacado a rede de lojas Nordstrom por deixar de vender os produtos da filha, gerando críticas intensas de que estaria usando a plataforma da Casa Branca no Twitter para intervir num assunto comercial envolvendo negócios da família.

Ivanka Trump havia dito que se distanciaria da empresa quando o seu pai assumisse o poder.

Perguntado nesta quinta-feira se Kellyanne Conway havia quebrado normas éticas, Sean Spicer, porta-voz da Casa Branca disse: “Ela foi aconselhada sobre o assunto, e é isso”. / REUTERS 

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