PARIS - O ataque a uma escola de ensino médio na pequena cidade francesa de Grasse, no sul do país, que deixou várias pessoas feridas nesta quinta-feira, 16, foi "um ato insano de um jovem frágil e fascinado por armas de fogo", afirmou a ministra da Educação, Najat Vallaud-Belkacem, após visitar o local.
Pouco antes, o presidente François Hollande tinha descartado o caráter terrorista do ato que, segundo Najat, deixou quatro feridos e exigiu o atendimento de outras 10 pessoas afetadas psicologicamente ou ligeiramente machucadas por empurrões durante o momento de pânico causado.
A ministra também considerou "heroica" a atuação do diretor do colégio, que "se jogou sobre o aluno e teve o braço ferido com um tiro".
Najat declarou que todos os feridos se encontram bem e felicitou as forças da ordem por sua atuação "instantânea", que permitiu a detenção "muito rápida" do jovem. Trata-se de um aluno de 17 anos que cursava o primeiro ano do colegial no centro e cuja família é conhecida na cidade, segundo o prefeito de Grasse, Jérôme Viaud.
O perfil do jovem no Facebook mostra sua fascinação pelos massacres maciços, como o que aconteceu na cidade americana de Columbine que deixou 13 mortos em um colégio em 1999.
A ministra da Educação assegurou que a investigação judicial aberta "deverá determinar se o autor contava com algum cúmplice e quais puderam ser as motivações de seus atos".
Por sua parte, o presidente da região Provence-Alpes-Costa Azul, Christian Estrosi, afirmou que tinha falado com o diretor do centro e que este se encontrava bem. "Ele me disse que lhe alertaram da presença do aluno e ele tentou interpor-se para acalmá-lo, mas não conseguiu", relatou aos veículos de comunicação no local.
Segundo várias testemunhas, o aluno efetuou quatro disparos com um fuzil, uma das armas que levava junto a uma pistola, um revólver e duas granadas. O ataque aconteceu por volta das 13 horas (9 horas de Brasília), quando boa parte dos alunos estava no refeitório do colégio. Os disparos provocaram correria e pânico, o que fez com que várias pessoas se ferissem.
Em um primeiro momento se suspeitava que podia haver um cúmplice, razão pela qual se ativou o alerta de atentado, o estabelecimento foi esvaziado e nos demais centros educativos de Grasse os alunos e membros do corpo docente foram confinados como medida de precaução.
Os ataques a tiros em escolas não são comuns na França, país que continua sob estado de emergência desde que uma série de ataques terroristas coordenados em Paris e Saint-Denis, em novembro de 2015, deixaram 130 e mais de 400 feridos. / EFE, REUTERS e AFP