Ataque a sede de jornal satírico mata ao menos 12 pessoas em Paris

'Charlie Hebdo' já havia sido alvo de ataques após charge de Maomé; Hollande fala em 'terrorismo' e 'ato excepcional de bárbarie'

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Por Andrei Netto
Atualização:

Poliviais se dirigiram rapidamente à cena do ataque à revistaCharlie Hebdo, no centro de Paris Foto: Jacky Naegelen / Reuters

( Atualizada às 11h43 ) PARIS - Já são pelo menos 12 os mortos no atentado terrorista perpetrado na manhã de hoje contra a sede do jornal satírico Charlie Hebdo, em Paris, na França. As últimas informações confirmadas pelo Ministério do Interior indicam que entre dois e três homens mascarados e armados de fuzis AK-47 invadiram a redação durante a reunião de pauta, quando todos os jornalistas trabalhavam. Todos os principais chargistas do veiculo, Charb, Cabu, Wolinsk e Tignous, foram assassinados.

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O crime ocorreu por volta de 11h30 no 11.º distrito de Paris, no nordeste da capital, na nova sede do veículo, que desde 2006 sofre ameaças de atentados por ter republicado charges sobre o profeta Maomé originalmente publicadas por um veículo dinamarquês.

Um vídeo amador já distribuído pelas redes sociais mostra a fuga dos terroristas, inclusive o momento em que um deles aponta a arma para um homem vestido de azul, provavelmente da Polícia de Paris, que garantia há oito anos a segurança da redação.

Testemunhos colhidos pelo Estado indicam que membros da redação chegaram a telefonar a familiares pedindo que chamassem a polícia durante o atentado.

O presidente francês visitou a cena do crime, que qualificou como 'ato de barbárie' Foto: Ettiene Laurent / Efe

Em resposta, o Ministério do Interior aumentou o nível de alerta do Plano Vigipirata, que estabelece as diretrizes em caso de ameaça terrorista na França. Sedes de jornais, emissoras de rádio e TV estão sendo protegidas pela polícia, assim como grandes pontos turísticos, centros comerciais e escolas. Medidas excepcionais de segurança interna também estão em análise neste momento, quando acontece uma reunião ministerial de urgência convocada pelo Palácio do Eliseu.

Em outubro, o grupo terrorista Estado Islâmico, que atua na Síria e no Iraque, havia exortado muçulmanos da França a atacarem alvos civis no país em resposta ao engajamento do país na coalizão que bombardeia as posições da organização no Oriente Médio. 

Autoridades e personalidades do mundo todo se manifestaram contra o atentado desta quarta-feira, assim como cartunistas também se exprimiram com desenhos muitas vezes no mesmo espírito dos publicados pelo Charlie Hebdo. 

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