Ataque químico afetou 500 pessoas na Síria, diz OMS

Agência de Saúde da ONU afirmou que 'houve sinal de severa irritação de membranas mucosas, falta de ar e impacto no sistema nervoso central daqueles expostos'

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Por Jamil Chade , correspondente e Genebra
Atualização:

GENEBRA - A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 500 pessoas foram afetadas por agentes químicos na cidade síria de Duma, em Ghouta Oriental. Desses, 70 morreram. Os dados são os primeiros apresentados por uma entidade internacional desde que, no fim de semana, o suposto ataque químico na Síria reabriu o debate internacional sobre a possibilidade de uma intervenção militar americana no país que já entra em seu sétimo ano de guerra civil.

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OMS alertou em um comunicado que é obrigação de todas as partes de um conflito evitar ataques a hospitais e médicos Foto: EFE/EPA/YOUSSEF BADAWI

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Em um comunicado emitido nesta manhã em Genebra, a OMS afirma estar "profundamente alarmada diante dos relatos do uso de agentes tóxicos em Duma". No sábado, o cálculo oficial da entidade é de que 500 pacientes se apresentaram aos serviços médicos da região com sinais ou sintomas consistentes de "exposição à químicos tóxicos". "Em especial, houve sinal de severa irritação de membranas mucosas, falta de ar e impacto no sistema nervoso central daqueles expostos", disse.

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A constatação da OMS também ressalta que mais de 70 pessoas morreram nos ataques, mesmo estando em porões. "43 deles tiveram sintomas consistentes de exposição a químicos altamente tóxicos", disseram. Dois centros de atendimentos de saúde também foram alvos de ataques.

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No comunicado, a OMS alertou que é obrigação de todas as partes de um conflito evitar ataques a hospitais e médicos. A entidade também reforçou que o uso de armas químicas é "ilegal sob o direito internacional".

"Precisamos estar indignados diante das imagens horríveis de Duma", disse Peter Salama, vice-diretor da OMS e responsável por operações de emergência. "A OMS pede acesso imediato às áreas afetadas para garantir atendimento às vítimas, avaliar o impacto para a saúde e desenvolver uma resposta ampla no setor de saúde", afirmou.

Desde 2012, porém, a OMS aponta que diversos casos de ataques químicos já foram registrados na Síria. Por isso, a entidade mantém no país estoques de antídotos para a distribuição em hospitais. Nos últimos anos, ela treinou 800 médicos para lidar com esse tipo de ataque.

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