CAIRO - Militantes do Estado Islâmico (EI) realizaram um ataque coordenado em diversos postos militares na província egípcia do Sinai do Norte nesta quarta-feira, 1º, no qual mais de cem pessoas foram mortas, em um dos maiores ataques de militantes na história moderna do país. Soldados, policiais, civis e militantes estão entre os mortos.
A afiliada egípcia do Estado Islâmico, chamada Wilaya Sina (Província do Sinai), assumiu a responsabilidade e disse que atacou mais de 15 locais de segurança e realizou três atentados suicidas. As Forças Armadas do Egito afirmaram que pelo menos 100 militantes e 17 soldados foram mortos.
O médico Osama el-Sayed, do Hospital Geral El-Arish, disse que 30 corpos, "alguns deles usando trajes militares", chegaram ao local.
O grupo divulgou um comunicado no Twitter para reivindicar a autoria do ataque. "Os leões do califado atacaram de forma simultânea mais de 15 postos de controle do Exército apóstata", disse o grupo extremista.
Uma fonte de segurança disse que cerca de 300 militantes, usando armas pesadas e armas antiaéreas, participaram dos ataques enquanto o Exército declarou que cinco postos de controle foram atingidos. Os combates, segundo essa fonte, duraram mais de oito horas.
Em um dos ataques, um suicida detonou um carro-bomba em um posto de controle na zona de Abu Rifai, em Sheikh Zaued. Outros jihadistas atacaram a delegacia de Al Arish, capital da província do Sinai, e outros três postos de segurança, onde enfrentaram com tiros os soldados do Exército e a polícia. Nos ataques e nos posteriores choques, os jihadistas usaram granadas RPG e bombas, além de artefatos explosivos. Após a ação, houve confronto entre as forças de segurança egípcias e os jihadistas.
O ataque, uma escalada significativa na violência na Península do Sinai, que se situa entre Israel, a Faixa de Gaza e o Canal de Suez, foi o segundo grande atentado ao Egito nesta semana. Na segunda-feira, uma bomba matou o procurador-geral no Cairo.
Os insurgentes, que mataram centenas de policiais e soldados, querem derrubar o governo do Cairo e intensificaram sua campanha desde 2013, quando o então chefe do Exército Abdel-Fattah al-Sissi tirou do poder o presidente Mohamed Morsi, da Irmandade Muçulmana, após protestos de multidões contra seu governo. Hoje presidente, Sissi diz considerar a Irmandade uma ameaça à segurança nacional e realiza forte repressão a seus seguidores.
Sissi declarou o norte da península zona de exclusão militar, impôs o toque de recolher e impediu o acesso aos meios de comunicação. As autoridades decretaram alerta máximo nas instalações governamentais e de segurança e nos hospitais. /AP, EFE e REUTERS