ATENAS - O número de refugiados e migrantes presos na Grécia pode chegar a 70 mil nas próximas semanas, disse o ministro da imigração da Grécia no domingo.
A Grécia é um das principais portas de entrada para a Europa para dezenas de milhares de pessoas que fogem de guerras no Oriente Médio e além disso, tem sido inundada com refugiados e migrantes após fechamentos de fronteiras através dos Balcãs, retendo milhares de pessoas no país nos últimos dez dias.
"Estimamos que teremos entre 50 mil e 70 mil pessoas presas em nosso país... Acredito que já no próximo mês", disse o ministro de Migração, Yiannis Mouzalas, à grega Mega TV. Mouzalas afirmou que cerca de 22 mil migrantes e refugiados já estão na Grécia.
O país agora trabalha contra o relógio para ampliar sua capacidade de amparo e abrigar os milhares de refugiados. Mouzalas explicou que serão criados novos centros de abrigo temporário, quatro na região da Macedônia e o resto entre Atenas e Salônica, as duas maiores cidades que já contam com três e um centro, respectivamente.
O ministro falou que não seria uma "tragédia" se, chegado o momento, a Grécia tivesse que declarar "estado de emergência", já que isso permite realizar contratações de pessoal - que agora estão muito restritas devido ao programa de resgate - e garantiu que os serviços de proteção civil elaboram "planos" caso a situação chegue a esse ponto.
A situação é grave também no porto do Pireo, onde as ONGs fizeram um chamado para que se apresentem médicos, especialmente pediatras, e tradutores de árabe e persa, assim como pediu doações de alimentos, remédios, cobertores, sacos de dormir, roupa e calçados.
A imprensa local indicou que a intenção do primeiro-ministro, Alexis Tsipras, na próxima cúpula europeia de 7 de março, é pedir aos seus colegas comunitários que cumpram o programa de realocação de refugiados, com base na distribuição justa da carga entre os 28 países-membros da UE.
Os últimos dados da Organização Internacional de Migrações cifram em mais de 100 mil as pessoas que chegaram à Grécia pelo mar só neste ano. / REUTERS e EFE