PUBLICIDADE

Atentados no Afeganistão deixam ao menos 25 mortos

Três ações quase simultâneas - duas na capital Cabul e outra no nordeste do país - são os maiores ataques desde o início do Ramadã, em 6 de junho; 14 nepaleses estão entre as vítimas

Atualização:

CABUL - Ao menos 25 pessoas, incluindo 14 nepaleses que trabalhavam para uma empresa de segurança, morreram nesta segunda-feira, 20, em três atentados quase simultâneos no Afeganistão, os primeiros ataques desde que o governo dos Estados Unidos anunciou reforços contra os insurgentes.

O primeiro atentado aconteceu às 6 horas (22h30 de domingo, no horário de Brasília) e foi cometido por um homem-bomba a pé contra um micro-ônibus na estrada que liga Jalalabad, a grande cidade do leste do país, a Cabul. O ataque deixou 14 mortos, todos nepaleses, segundo o ministério do Interior.

Ônibus que transportava agentes de segurança nepaleses ficou destruído após homem-bomba se detornar ao lado do veículo Foto: AFP PHOTO / SHAH MARAI

PUBLICIDADE

O ataque também deixou nove feridos (cinco nepaleses e quatro afegãos), segundo um comunicado ministerial, que condena o "ato terrorista contra um ônibus que transportava estrangeiros".

Pouco depois, uma explosão na passagem de um comboio que transportava um representante provincial deixou um morto e quatro feridos, incluindo o político que era alvo, segundo o ministério do Interior.

A embaixada canadense em Cabul anunciou que os guardas nepaleses trabalhavam para sua delegação diplomática na capital afegã. "Confirmamos que houve um ataque nesta manhã contra nossa companhia privada de segurança quando se dirigia à embaixada", afirmou em comunicado a delegação canadense.

Segundo a nota, o ataque não afetou o complexo da embaixada em Cabul e o Canadá publicará mais informação quando tiver mais detalhes. "Nossos corações e pensamentos estão com as famílias dos afetados neste covarde ataque terrorista", informou a embaixada.

O Taleban reivindicou o ataque suicida "contra os invasores estrangeiros" em mensagem divulgada por um de seus porta-vozes, Zabiullah Mujahid, na qual afirmou que "mais de 20 guardas foram mortos e feridos". Foram os maiores ataques do grupo desde o início do Ramadã em 6 de junho.

Publicidade

Afegãos recebem tratamento em hospital após explosão de moto-bomba em mercado no nordeste do país Foto: AFP PHOTO / NASEER SADEQ

Moto-bomba. Poucas horas depois, dez pessoas morreram e mais de 20 ficaram feridas na explosão de uma moto-bomba na província afegã de Badajshan, nordeste do país, anunciaram as autoridades locais.

"Todas as vítimas são civis", o porta-voz do governo da província, Naweed Frutan. "O balanço de mortos e feridos pode mudar", completou.

O atentado, por volta das 9h45 (2h15 em Brasília), ocorreu quando explosivos colocados em uma motocicleta foram detonados em um mercado na cidade de Kisham, no distrito homônimo, afirmou o chefe da Polícia regional, o oficial Saifullah.

Segundo Saifullah, não está claro ainda se neste ataque também participou um insurgente suicida e acrescentou que alguns feridos, que foram levados para a um hospital do distrito, estão em "estado grave", por isso que o número de mortos poderia aumentar. Nenhum grupo insurgente reivindicou ainda a autoria do ataque. 

Os rebeldes islamitas, que exigem a saída de todas as tropas estrangeiras do Afeganistão, não param de ganhar terreno desde o início da retirada das forças da Otan, em dezembro de 2014. Os principais avanços acontecem no sul e leste do país, mas também acontecem nas províncias do norte.

O Taleban executou uma rápida ofensiva no fim do ano passado e chegou a controlar por algumas horas a grande cidade do norte do país, Kunduz.

Mais de 5 mil membros das forças de segurança afegãs morreram em 2015. No mesmo ano mais 11 mil civis foram afetados, incluindo 3.550 mortes, de acordo com a ONU.

Publicidade

Diante da situação, o presidente Barack Obama decidiu no início de junho desacelerar a retirada das tropas americanas. Um contingente de 9,8 mil americanos deve permanecer no Afeganistão este ano e o número será reduzido a 5,5 mil homens em janeiro de 2017, como parte da operação da Otan "Resolute Support", que conta no total com 10 mil combatentes. / AFP e EFE