NAIRÓBI - A associação Ateus no Quênia pediu nesta quarta-feira, 25, a anulação judicial do feriado nacional decretado para amanhã em razão da visita do papa Francisco a Nairóbi.
O processo, apresentado na manhã desta quarta na Corte Suprema, alega que o feriado não programado prejudica a economia e desrespeita os artigos 8º, 9º e 32º da Constituição do país.
O presidente da associação, Henry Mumia, afirmou que o feriado viola a separação entre Estado e Igreja estabelecida na Constituição e que o governo ignorou o fato de o Quênia ser um país laico.
"Nem todos os quenianos são católicos e não devem estar sujeitos a um feriado nacional que reconhece a visita de um líder de uma denominação cristã", criticou Mumia ao jornal "The Star".
O ministro do Interior, Joseph Nkaissery, publicou ontem um decreto especial que decretava de forma oficial a quinta-feira como feriado, dia em que o papa Francisco celebrará uma grande missa no centro de Nairóbi, capital do país.
O pontífice inicia nesta quarta uma grande e arriscada viagem pela África para divulgar uma mensagem de paz e reconciliação aos países afetados pela violência armada e a deterioração dos direitos humanos, como Quênia, Uganda e República Centro-Africana.
Francisco chega nesta tarde em Nairóbi, em meio a reforçadas medidas de segurança e grande esperança dos quenianos. / EFE