As conversas internacionais do fim de semana sobre a Síria, que ocorrerão em Viena, são a melhor chance de se chegar a uma solução política desde o início da guerra civil no país em 2011, avaliou o secretário de Estado americano, John Kerry.
"O desafio que enfrentamos hoje na Síria é apenas uma corrida para sair do inferno", disse Kerry na quarta-feira 28, em um discurso sobre a política externa americana para o Oriente Médio, no Carnegie Endowment for International Peace, um "think tank" de Washington, pouco antes de embarcar para Viena.
O chefe da diplomacia americana estará no encontro que começa nesta quinta-feira, 29, na capital austríaca. A reunião inclui os ministros das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, saudita, Adel al-Jubeir, e turco, Feridun Sinirlioglu.
Na sexta-feira, chegam os chanceleres de Irã, Egito, Iraque e Líbano.
"Apesar do fato de que não será fácil encontrar um caminho para seguir na Síria - isso não vai acontecer automaticamente -, essa é a oportunidade mais promissora que temos para (encontrar) uma saída política", afirmou Kerry, ressaltando que o Irã, um aliado do regime de Damasco, participa dessa reunião pela primeira vez, junto com Moscou, que também apoia o presidente sírio, Bashar Assad.
Embora tenha insistido em que Washington é contra os ataques de Moscou na Síria, Kerry destacou que "é igualmente claro que Rússia e EUA têm uma quantidade impressionante de pontos em comum neste assunto". Nesse sentido, o secretário americano afirmou que os dois países querem "uma Síria unida e secular", na qual os cidadãos possam escolher seus líderes em eleições.
"Estamos de acordo em que todos esses passos podem ser alcançados e que a Síria pode ser salva apenas por meio de um acordo político", ressaltou Kerry, argumentando que não se pode permitir que "um homem" - referindo-se a Assad - coloque-se no caminho da paz. A guerra na Síria já deixou 250 mil mortos desde março de 2011. /AFP