EUA investigam relatos de que autor de ataque em Orlando poderia ser gay
O cliente Jim Van Horn contou que já tinha visto Omar Mateen na boate onde ocorreu o ataque, e disse que quando conversaram, o atirador falou sobre a ex-mulher
Por Redação
Atualização:
ORLANDO, EUA - Autoridades americanas estão investigando relatos de que o homem que matou 49 pessoas em uma boate gay em Orlando poderia ser homossexual, mas não abertamente, disseram duas autoridades nesta terça-feira, 14, com uma delas descrevendo o massacre como um possível "crime de auto-ódio". Além disso, o atirador que também deixou 53 feridos na madrugada de domingo já tinha sido visto outras vezes no clube, segundo alguns clientes da casa.
Existem diversas possibilidades de motivações. Durante a ação, Omar Mateen fez uma séria de chamadas para o número 911, o canal de emergência nos Estados Unidos, durante as quais jurou lealdade ao líder do Estado Islâmico (EI), Abu Bakr al-Baghdadi, cujo grupo ocupa vastas porções do Iraque e da Síria.
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Agentes federais disseram que Mateen provavelmente se radicalizou sem orientação externa e não há evidências de que ele recebeu instrução ou auxílio de grupos externos, como o Estado Islâmico.
Kevin West, um veterano da Marinha americana de 37 anos, disse que estava no estacionamento da Pulse à 1h da manhã na madrugada em que aconteceu o atentado e reconheceu Mateen quando o viu entrando na boate.
Eles se conheceram quando Mateen, há mais de um ano, contatou West por meio do aplicativo de relacionamento Jack’d, voltado para homens, no qual mantinha um perfil. Eles haviam perdido contato, até que há três meses, quando o atirador fez contato novamente, disse que logo estaria em Orlando e sugeriu que ambos se encontrassem. West contou ainda que o viu diversas vezes na casa noturna. “Eu nunca esqueço um rosto”, disse.
Outro frequentador do local, Cord Cedeno, afirmou que já tinha visto Mateen no bar da casa noturna. “Ele era fácil de reconhecer”, disse Cedeno, que também foi contatado pelo atirador por meio do aplicativo em 2015.
Jim Van Horn, de 71 anos, disse ser um frequentador assíduo da boate Pulse e contou à agência de notícias Associated Press na segunda-feira que viu Mateen no local tentando flertar com outros homens. De acordo com a versão de Van Horn, ele conheceu Mateen em uma ocasião e, quando conversaram, o atirador falou sobre sua ex-mulher.
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O cliente da casa noturna afirmou que alguns amigos o chamaram de lado e lhe disseram que não queriam que ele conversasse com Mateen porque “pensavam que ele era uma pessoa estranha”.
Homem mata 50 no pior tiroteio da história dos EUA
1 / 23Homem mata 50 no pior tiroteio da história dos EUA
Ataque em Orlando
Um homem matou 50 pessoas e deixou 53 feridos em um ataque em uma boate em Orlando, nos EUA, na madrugada de domingo, 12 Foto: _pixel_trappa
Ataque em Orlando
A boate Pulse (foto), local do ataque, é frequentadapelo público LGBT Foto: AP Photo/Chris O'Meara
Omar Mateen
O atirador, identificado como Omar Mateen, de 29 anos, é americano e filho de afegãos. Ele mantinha uma página com selfies na rede social MySpace Foto: MySpace/Reprodução
Ataque em Orlando
O presidente Barack Obama classificou o ataque como um "ato de terror e ódio" e, na Casa Branca, a bandeira americana foi hasteada a meiomastro Foto: Stephen Crowley/The New York Times
Ataque em Orlando
Dezenas de viaturas policiais, incluindo uma equipe da SWAT, invadiram a área em torno da casa noturna. Pelo menos duas caminhonetes da polícia foram ... Foto: AP Photo/Phelan M.EbenhackMais
Ataque em Orlando
Por volta das 2h no horário local (cerca de 3h no horário de Brasília), Mateen entrou armado de um rifle e uma arma de pequeno porte, além de um "disp... Foto: AP Photo|Phelan M. EbenhackMais
Ataque em Orlando
Ele entrou abrindo fogo dentro de estabelecimento e um policial que trabalhava como segurança dentro da boate revidou ao ataque também a tiros Foto: AP Photo/Phelan M. Ebenhack
Ataque em Orlando
Na foto, profissionais do hospital regional aguardam a chegada de vítimas de ataque que deixou 50 mortos e 53 feridos Foto: AP Photo/Phelan M. Ebenhack
Ataque em Orlando
A área do entorno da boate foi isolada e a polícia investiga o tiroteiocomo um ataque terrorista Foto: AP Photo/Phelan M. Ebenhack
Ataque em Orlando
Omar Mateen chegou a fazer reféns dentro da boate e, por volta das 6h (Brasília), foi morto por uma agente da SWAT, elite da polícia norte-americana, ... Foto: AP Photo/Phelan M. EbenhackMais
Ataque em Orlando
Amigos, familiares e envolvidos aguardam mais informações sobre as vítimas e as investigações nos arredores da delegacia Foto: REUTERS/Steve Nesius
Ataque em Orlando
Amigos e parentes das vítimas aguardam mais informações das autoridades que apuram as causas do ataque Foto: REUTERS/Steve Nesius
Ataque em Orlando
Segundo o FBI, a polícia faz buscas na casa do atirador e procura no perfil das redes sociais de Omar Mateen informações ou pistas que liguem o atirad... Foto: REUTERS/Steve NesiusMais
Ataque em Orlando
Não está descartada a hipótese de motivação religiosa no caso Foto: REUTERS/Steve Nesius
Ataque em Orlando
Segundo o chefe da polícia de Orlando, JohnMina, o homem estava munido de algum tipo "suspeito" de dispositivo e chegou a trocar tiros com um seguranç... Foto: EFE/EPA/CRISTOBAL HERRERAMais
Ataque em Orlando
O tiroteio foi considerado o pior da história dos EUA Foto: Gerardo Mora/Getty Images/AFP
Ataque em Orlando
Um policial que trabalhava como segurança dentro da boate Pulse, o nome da casa que abrigou o incidente, trocou tiros com o suspeito por volta das 2h ... Foto: REUTERS/Steve NesiusMais
Ataque em Orlando
"Nos próximos dias iremos procurar entender onde esse indivíduo se inspirou para colocar em prática esse horrível ato de terrorismo", afirmou à rede d... Foto: REUTERS/Kevin KolczynskiMais
Ataque em Orlando
"Este é um incidente que, a meu ver, certamente pode ser classificado como um incidente doméstico de terrorismo" disse o xerife do condado de Orange, ... Foto: AP Photo/Phelan M. EbenhackMais
Ataque em Orlando
Inicialmente, a polícia disse por meio do Twitter que o barulho ouvido perto do local do tiroteio teria sido uma "explosão controlada" Foto: AP Photo/Phelan M. Ebenhack
Ataque em Orlando
Um dos frequentadores da casa noturna, Rob Rick contou que o ataque teve início por volta das 2h da manhã, pouco antes do encerramento da festa. "Todo... Foto: AP Photo/Phelan M. EbenhackMais
Ataque em Orlando
Apesar do ataque, a Parada Gay ocorreu na Filadélfia Foto: Jessica Kourkounis/Getty Images/AFP
Ataque em Orlando
Em Washington, a polícia a segurança no Festival do Orgulho Gay. Acima, imagem do evento na Filadélfia, que também ocorreu apesar do ataque em Orlando Foto: Jessica Kourkounis/Getty Images/AFP
Apesar de antes do atentado Mateen ter declarado que era seguidor do grupo extremista Estado Islâmico, começam a surgir outras explicações possíveis sobre o ataque, incluindo a dúvida sobre se ele sofria um conflito com relação a sua sexualidade.
A ex-mulher de Mateen explicou que ele sofria de uma doença mental. Já o pai, um imigrante afegão, sugeriu que o atentado poderia estar relacionado a uma questão de ódio pelos homossexuais.
Passado. Segundo informações do jornal The Washington Post, por ser um cidadão americano de origem afegã, ele sofria bullying na escola onde estudava. Trocava constantemente de emprego e se tornou uma pessoa muito frustrada, imprevisível e propensa à raiva.
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Alguns dos colegas de classe de Mateen mencionaram um momento atípico no colégio durante os atentados de 11 de setembro quando viam pela televisão o que estava acontecendo no país. Quatro alunos disseram que Mateen aplaudiu e zombou da ação dos terroristas contra o World Trade Center. A reação fez com que ele fosse expulso da sala de aula.
Segundo autoridades sauditas, Omar fez duas viagens de peregrinação à Meca na Arábia Saudita. "Realizou a umrah (peregrinação menor) em março de 2011, durante dez dias, e em março de 2012, durante oito dias", indicou o porta-voz do Ministério do Interior, que não deu mais detalhes.
A emissora CNN afirmou na segunda que Mateen viajou também aos Emirados Árabes Unidos. O chefe do FBI, James Comey, expressou sua convicção de que Mateen se "radicalizou" em parte pela internet. /ASSOCIATED PRESS e REUTERS