Autoridades europeias condenam atentados terroristas realizados na Bélgica
Premiê francês afirmou que é necessária uma mobilização de todas as instâncias para enfrentar a ameaça atual. Presidente russo qualificou os ataques de "selvagens" e pediu maior cooperação internacional para enfrentar o terrorismo global
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Por Redação
Atualização:
BRUXELAS - Autoridades europeias se manifestaram após os atentados terroristas ocorridos na Bélgica nesta terça-feira, 22, que deixaram dezenas de mortos e feridos. O primeiro-ministro belga, Charles Michel, afirmou que "este é um momento negro" para o país.
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"Há vários mortos e feridos, alguns em estado grave", disse em entrevista coletiva. Ele pediu à população que "neste momento, mais do que nunca", mantenha "a calma". "Vou pedir que todos tenham calma, mas também solidariedade", sustentou, ao mesmo tempo que reconheceu que é preciso "enfrentar essas ameaças unidos e com solidariedade". "Vamos acompanhar a situação minuto a minuto", assegurou.
O primeiro-ministro explicou que a Bélgica está totalmente determinada a responder à situação da maneira mais adequada possível e que foi colocado à disposição da população um número de urgência. "Agora a prioridade é tratar as vítimas" e "determinar a identidade de pessoas, se são belgas ou estrangeiras, e ligar para as embaixadas."
Explosões fecham aeroporto e metrô de Bruxelas
1 / 18Explosões fecham aeroporto e metrô de Bruxelas
Explosões fecham aeroporto e metrô de Bruxelas
Polícia belga estava em alerta para possíveis represálias por conta da prisão de um dos principais suspeitos de ter comandado os atentados em Paris em... Foto: AFP PHOTO / JOHN THYSMais
Terrorismo na Europa
Primeiro-ministro da França, Manuel Valls publicou em sua conta no Twitter imagem em que seu país presta solidariedade à Bélgica Foto: Manuel Valls/Twitter
Explosões fecham aeroporto e metrô de Bruxelas
Dezenas de pessoasmorreram e eficaram feridas em decorrência de três expolosões na manhã desta terça-feira Foto: AP Photo/Geert Vanden Wijngaert
Explosões fecham aeroporto e metrô de Bruxelas
O terminal de embarque do aeroporto de Zaventem, na grande Bruxelas, e a estação de metrô Malbec, próxima a prédios de instituições ligadas às Nações ... Foto: Ketevan Kardava/ Georgian Public Broadcaster via APMais
Explosões fecham aeroporto e metrô na Bélgica
No aeroporto, testemunhas afirmam ter ouvido gritos em árabe e o gabinete do primeiro-ministro belga afirmou que investiga a possibilidade de ataque t... Foto: REUTERS/David CrunelleMais
Explosões fecham aeroporto e metrô de Bruxelas
Metrô de Bruxelas também está fechado.Suspeita é de que ataque seja retaliação pela prisão de um dos mentores dos atentados de Paris em 2015 Foto: REUTERS/Yves Herman/Files
Explosões fecham aeroporto e metrô de Bruxelas
No aeroporto, testemunhas afirmam ter ouvido gritos em árabe e o gabinete do primeiro-ministro belga afirmou que investiga a possibilidade de ataque t... Foto: REUTERS/David CrunelleMais
Explosões fecham aeroporto e metrô de Bruxelas
Mesmo sem confirmação, o alerta para terrorismo foi elevado ao nível máximo no país. Todos os voos foram suspensos e há reforço no serviço de controle... Foto: APTN via APMais
Explosões fecham aeroporto e metrô de Bruxelas
A segurança foi reforçada em aeroportos de Londres (Gatwick), Frankfurt, Paris (Charles de Gaulle) e Amsterdam. As estações de metrô de Paris foram es... Foto: Mais
Explosões fecham aeroporto e metrô de Bruxelas
No aeroporto, testemunhas afirmam ter ouvido gritos em árabe e o gabinete do primeiro-ministro belga afirmou que investiga a possibilidade de ataque t... Foto: Ketevan Kardava/ Georgian Public Broadcaster via APMais
Explosões fecham aeroporto e metrô de Bruxelas
O primeiro-ministro britânico David Cameron afirmou que está "chocado e preocupado com os acontecimentos em Bruxelas". Ele escreveu, no Twitter, que f... Foto: REUTERSMais
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Polícia belga estava em alerta para possíveis represálias por conta da prisão de um dos principais suspeitos de ter comandado os atentados em Paris em... Foto: Mais
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No aeroporto, testemunhas afirmam ter ouvido gritos em árabe e o gabinete do primeiro-ministro belga afirmou que investiga a possibilidade de ataque t... Foto: REUTERS/David Crunelle Mais
Explosões fecham aeroporto e metrô na Bélgica
A segurança foi reforçada em aeroportos de Londres (Gatwick), Frankfurt, Paris (Charles de Gaulle) e Amsterdam. As estações de metrô de Paris foram es... Foto: REUTERS/David CrunelleMais
Explosões fecham aeroporto e metrô de Bruxelas
Passageiros e funcionários evacuam aeroporto de Zaventem Foto: Laurent Dubrule/EFE
Capitais europeias reforçam segurança após atentados em Bruxelas; leia maisaqui Foto: Olivier Hoslet/EFE
Terrorismo na Europa
Fisioterapeuta brasileira Neuseli Marino Lamari diz que perdeu o trem por poucos minutos e acabou escapando do atentado; leia maisaqui Foto: Facebook/Reprodução
O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, ressaltou que "estamos em guerra" e que para enfrentar a atual ameaça terrorista é necessária uma mobilização de todas as instâncias.
"Estamos em guerra. A Europa sofre há vários meses atos de guerra. E perante esta situação é preciso uma mobilização de todas as instâncias", indicou ao término de uma reunião do gabinete de crise no Eliseu. O encontro na sede da presidência francesa aconteceu logo após os ataques.
Valls ressaltou a importância de todas as forças de segurança "estarem particularmente mobilizadas" perante esta ameaça.
Pouco antes, o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, havia anunciado que o governo decidiu desdobrar 1,6 mil policiais adicionais no conjunto do país destinados a reforçar o controle das fronteiras e as infraestruturas de transporte aéreo, marítimo e ferroviário.
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O presidente da França, François Hollande, reuniu um gabinete de crise para analisar a situação após as explosões ocorridas na Bélgica, indicaram fontes da presidência francesa.
Hollande convocou Valls, Cazeneuve e o titular de Defesa, Jean-Yves Le Drian, que chegaram pouco depois das 10h locais (6h de Brasília). O Ministério das Relações Exteriores francês relatou que deu início a uma célula de crise relacionada com os incidentes na capital belga.
Holanda. A Holanda aumentou a segurança em seus aeroportos e reforçará os controles nas fronteiras do sul do país, informou o responsável pela luta contra o terrorismo da Holanda, Dick Schoof. "As medidas de segurança que são necessárias estão sendo tomadas", disse Schoof.
O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, indicou que a Holanda está preparada para apoiar a Bélgica como for necessário após este "atentado covarde". "É um assassinato premeditado. É um ataque a nossa segurança, ao nosso modo de vida. Bruxelas foi golpeada no coração, a Bélgica foi golpeada no coração. A Europa foi golpeada no coração", afirmou Rutte à imprensa em seu gabinete.
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"Protegeremos a Holanda o melhor possível. É incrivelmente triste que tantas pessoas inocentes tenham perdido sua vida e que haja tantos feridos. Todos os nossos soldados estão preparados para tomar medidas adicionais. Neste momento não há nenhuma evidência de que isto possa acontecer na Holanda", afirmou Rutte.
O rei dos Países Baixos, Willem-Alexander, disse que transmitiu suas condolências ao rei Felipe, da Bélgica. "A Holanda está com as pessoas atingidas e com os moradores de Bruxelas, que agora vivem com incerteza e medo", indicou.
"A Europa está sendo de novo posta à prova. É necessário que mostremos nossa força coletiva e mantenhamos altos os valores de liberdade e solidariedade", disse.
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Grã-Bretanha. O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron, disse que se sente "comovido" e "preocupado" com as explosões no aeroporto de Bruxelas.
"Faremos tudo o que for possível para ajudar", escreveu Cameron em sua conta no Twitter após ser informado sobre os ataques no aeroporto e na estação de metrô de Malbeek, bairro da capital belga.
O primeiro-ministro informou que presidirá ainda nesta terça-feira uma reunião do comitê de emergência Cobra (Cabinet Office Briefing Rooms), formado pelos principais membros do governo e das forças de segurança, em resposta às explosões na Bélgica.
Operações de buscas pelos suspeitos dos atentados em Paris
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Operações de buscas pelos suspeitos dos atentados em Paris
Policiais franceses participam de operação em Saint-Denis, um subúrbio do norte de Paris, em busca de suspeitos de terem participado dos atentados que... Foto: Francois Mori / APMais
Operações de buscas pelos suspeitos dos atentados em Paris
Já no dia seguinte aos ataques, as forças de segurança francesas iniciaram uma perseguição por todo o país para encontrar os terroristas responsáveis ... Foto: AFP PHOTO / KENZO TRIBOUILLARDMais
Operações de buscas pelos suspeitos dos atentados em Paris
Uma mulher ainda não identificada se suicidou detonando um cinturão de explosivosquando começou a operação policial para prender terroristas Foto: AFP PHOTO / LIONEL BONAVENTURE
Operações de buscas pelos suspeitos dos atentados em Paris
A ação policial teve início por volta de 4h20 da manhã, em Rue de la République, coração de Seine-Saint-Denis Foto: AFP PHOTO / THOMAS SAMSON
Operações de buscas pelos suspeitos dos atentados em Paris
Houve uma primeira troca de tiros. Depois de cerca de duas horas de preparação, um grupo das forças especiais cercou o imóvel e lançou o assalto sobre... Foto: AFP PHOTO / LIONEL BONAVENTUREMais
Operações de buscas pelos suspeitos dos atentados em Paris
Por volta das 7h30, uma série de detonações pode ser ouvida dentro do perímetro de segurança criado pela polícia Foto: AFP PHOTO / KENZO TRIBOUILLARD
Operações de buscas pelos suspeitos dos atentados em Paris
A operação visava prender o jihadista belga Abdelhamid Abaaoud, suposto cérebro dos atentados de Paris Foto: AFP PHOTO / FRANCOIS GUILLOT
Operações de buscas pelos suspeitos dos atentados em Paris
O outro perseguido é Salah Abdeslam, considerado um contato próximo de Abaaoud, mas que estaria neste momento escondido em algum lugar da Bélgica Foto: AFP PHOTO / LIONEL BONAVENTURE
Operações de buscas pelos suspeitos dos atentados em Paris
Ação contra o terror em Saint-Denis Foto: Jacky Naegelen/Reuters
Operações de buscas pelos suspeitos dos atentados em Paris
Policiais vigiam a Grande Mesquita de Paris Foto: EFE|EPA|ETIENNE LAURENT
Operações de buscas pelos suspeitos dos atentados em Paris
Uma mulher ainda não identificada se suicidou detonando um cinturão de explosivosquando começou a operação policial para prender terroristas Foto: Jamil Chade / Estadão
Operações de buscas pelos suspeitos dos atentados em Paris
As inspeções nas residências dos acusados permitiram encontrar nitrato de amônio e balas de fuzis Kalashnikov Foto: Jamil Chade / Estadão
Operações de buscas pelos suspeitos dos atentados em Paris
Interfone de apartamento vasculhado pelos policiais Foto: Jamil Chade / Estadão
Operações de buscas pelos suspeitos dos atentados em Paris
Ao serem interrogados sobre a presença de nitrato de amônio em suas residências, os acusados explicaram que o utilizavam para fertilizar o jardim Foto: Jamil Chade / Estadão
Ao chegar a Downing Street, residência oficial de Cameron, o ministro britânico das Relações Exteriores, Philip Hammond, disse à imprensa local que o governo está em contato com as autoridades belgas. "Obviamente vamos prestar toda a ajuda que pudermos".
Rússia. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, qualificou os atentados de "selvagens" e pediu maior cooperação internacional para enfrentar o terrorismo global.
"O presidente condenou estes crimes selvagens, expressou suas condolências ao povo belga, ao rei Philippe, e mostrou sua mais absoluta solidariedade com os belgas nestas horas difíceis", disse aos jornalistas o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
Putin afirmou que os atentados "não têm nenhuma justificativa e demonstram pela enésima vez que o terrorismo não conhece fronteiras e ameaça os povos de todo o mundo", segundo um comunicado divulgado pelo Kremlin.
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"A luta contra este mal exige a mais estreita cooperação internacional", ressaltou Putin. Ele ainda se mostrou seguro de que os assassinos e seus cúmplices serão punidos.
Osataques terroristas ocorreram dias depois que as autoridades belgas detiveram em Bruxelas Salah Abdeslam, suspeito de participar dos atentados de 13 de novembro contra a capital francesa. /COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS