Autoridades revisam balanço de ataque em Estrasburgo para 2 mortos e 14 feridos

Suspeito já foi condenado 27 vezes, a maior parte delas na França, mas também na Alemanha e na Suíça, sempre por roubos e por atos violentos 

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Por Redação
Atualização:

ESTRASBURGO, FRANÇA - Segundo balando atualizado da prefeitura local nesta quarta-feira, 12, 2 pessoas morreram e 14 ficaram feridas no ataque executado na terça-feira em uma tradicional feira de Natal por um homem em Estrasburgo, leste da França. O balanço anterior da prefeitura citava três mortos, oito feridos em estado grave e cinco com ferimentos leves. 

Procurador francês antiterrorista Remy Heitz, disse que suspeito gritou 'Allahu Akbar' durante ataque Foto: Patrick HERTZOG / AFP

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Forças de segurança realizam buscas no nordeste do país para encontrar o suspeito, que era conhecido por ter se radicalizado religiosamente na prisão. Ele foi identificado como Cherif Chekatt, de 29 anos, nascido em Estrasburgo e já considerado pelos serviços de inteligência como um risco de segurança em potencial.

Com o atirador à solta, a França elevou o alerta de ameaça de segurança ao nível máximo, intensificando os controles na fronteira com a Alemanha, à medida que agentes de elite auxiliados por helicópteros buscam o suspeito.

A polícia alemã também reforçou os controles de fronteira nos arredores do Rio Reno, disseram autoridades. A unidade de combate ao terrorismo da Procuradoria de Paris assumiu a investigação do caso, e o procurador Remy Heitz afirmou que o suspeito gritou “Allahu Akbar (Deus é grande, em árabe)” durante o ataque.

Ainda nesta quarta-feira, as autoridades judiciais interrogaram os pais e os dois irmãos do atirador. Os quatro foram detidos. Segundo a emissora BFM TV, alguns membros de sua família eram conhecidos por sua radicalização.

Com uma arma automática e uma faca, ele atacou várias pessoas no centro da cidade, e se envolveu posteriormente em um tiroteio com quatro militares do dispositivo antiterrorista que patrulhavam a região, que responderam e o feriram em um braço, sem conseguir detê-lo.

O jovem já foi condenado 27 vezes, a maior parte delas na França, mas também na Alemanha e na Suíça, sempre por roubos e por atos violentos. 

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Segundo relatou nesta quarta-feira o ministro do Interior, Christophe Castaner, três civis tentaram deter o suposto terrorista pouco antes que fugisse. Um desses cidadãos foi ferido com arma branca pelo terrorista. 

"Isso é cidadania, tentar ser heroico em momentos excepcionais, são esses heróis cotidianos que contribuem para a segurança de todos", declarou Castaner.

Após livrar-se deles, o rapaz se dirigiu a um táxi e obrigou o motorista a levá-lo ao bairro de Neudorf, onde deixou o veículo e trocou tiros em duas ocasiões com os policiais, segundo o ministro.

O ministro lembrou que a polícia já tinha tentado prender o suspeito na manhã de ontem por outro crime, não relacionado com terrorismo, e que tinha emitido um mandato de detenção ao encontrar "certos elementos inquietantes" na operação em seu domicílio.

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Pouco antes, Heitz, tinha revelado que nessa operação foram apreendidos um fuzil carregado, munição, quatro facas, duas delas de caça, e uma granada defensiva.

Diante da polêmica crescente pelo fato de, apesar de figurar no arquivo de radicais, suas intenções não terem sido detectadas, Castaner indicou que, até agora, o suspeito só tinha emitido "sinais de radicalização", mas que seu histórico policial estava exclusivamente vinculado à delinquência comum.

Nesse sentido, o ministro descreveu uma infância difícil, um primeiro crime aos 10 anos, uma primeira condenação aos 13 e "um comportamento sistematicamente marcado pela violência". /  AFP, REUTERS e EFE

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