WASHINGTON - O ex-estrategista chefe da Casa Branca Steve Bannon se distanciou dos comentários atribuídos a ele sobre o filho do presidente Donald Trump, Donald Trump Jr., publicados no livro Fire and Fury: Inside the Trump White House, do jornalista Michael Wolff.
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Na publicação, Bannon diz que a reunião de Trump Jr. e outros líderes da campanha com representantes russos foi antipatriótica e uma traição. Agora, ele diz que foi citado de maneira imprecisa. “Donald Trump Jr. é um patriota e um bom homem. Ele foi incansável na defesa da agenda de seu pai e ajudou a transformar o país”, disse Bannon em um comunicado. “Me arrependo da minha demora em responder à reportagem imprecisa sobrte Don Jr e de como isso tirou a atenção dos feitos do primeiro ano de mandato do presidente.”
Na semana passada, Trump rompeu com Bannon, a quem acusou de ter perdido a razão, quatro meses depois de o antigo chefe de campanha ter deixado a Casa Branca em meio à reformulação do gabinete do presidente. Também na semana passada,advogados de Trump enviaram uma notificação ao ex-chefe de Estratégia na Casa Brancapara que ele pare de falar publicamente sobre o período em que trabalhou no governo americano.
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Além disso, momentos depois da divulgação de trechos do explosivo livro, no qual Bannon critica pessoas próximas e parentes do presidente, Trump emitiu uma nota para afirmar que o ex-funcionário "não tem nada a ver comigo nem com a minha presidência".
Na manhã de hoje, Trump, chamou de "livro falso" o explosivo relato dos bastidores de seu governo, que questiona a sua aptidão para o cargo. Trump tuitou neste domingo que o best-seller instantâneo - que o mostra como desinformado e instável, com sinais de séria perda de memória - é um "livro falso, escrito por um autor totalmente desacreditado". Um dia antes, tentando refutar a insinuação de Wolff sobre sua instabilidade, Trump se chamou de "gênio muito estável".
Wolff defendeu seu trabalho neste domingo dizendo à NBC que "absolutamente não" violou nenhum acordo de sigilo em seu relato. No entanto, entregou, do total de três horas que diz ter passado com Trump, que o presidente "provavelmente não pensou naquilo como entrevistas".
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Também mostrou um alto nível de preocupação na Casa Branca com o risco que Trump corre de ser removido do cargo por não estar apto, conforme é colocado, embora seja difícil de aplicar, na 25ª Emenda à Constituição - que pode tirar o ocupante da presidência por incapacidade física ou mental. / AFP