Pesquisas de boca de urna divulgadas após o fechamento das urnas neste domingo,2 , no Equador projetavam uma disputa voto a voto entre o ex-vice-presidente Lenín Moreno e o ex-ministro da Fazenda Guillermo Lasso, com dois levantamentos indicando vencedores diferentes. O Instituto Cedtos, que no primeiro turno acertou as projeções, indicou um vitória de Lasso por 53% a 47%. O instituto Perfiles de Opinión dá a vitória ao candidato de Correa por 52% a 48%.
Partidários dos dois lados cantaram vitória com a divulgação da boca de urna. Lasso chegou a proclamar vitória, dizendo que "hoje nasce um novo Equador". Moreno, por sua vez, disse que o momento é de calma.
Lasso disse ao votar em Guayaquil que a eleição é uma chance para a "segunda independência do Equador". O conservador apresenta-se como uma alternativa ao correísmo, que aproveitou o boom das commodities para reduzir a pobreza e melhorar a infraestrutura do país, apesar de uma retórica personalista e, por vezes, autoritária.
O presidente agradeceu neste domingo aos cidadãos de seu país por lher permitir gozar do "privilégio" de servi-los durante dez anos, já que em 24 de maio deixará o poder, que assumiu em 2007. "Embora nunca busquei nada para mim, foi um verdadeiro privilégio poder servi-los todo estes anos", declarou o líder durante o ato institucional de abertura das eleições.
"Só tenho palavras de gratidão para meu povo, que em sua imensa maioria sempre nos respaldou, até nas horas mais duras", ressaltou o governante no úlimo discurso de seu mandato em cerimônia deste tipo.
A eleição no Equador também tem repercussão internacional, com o desafiante conservador Guillermo Lasso prometendo retirar o fundador da WikiLeaks, Julian Assange, da embaixada do Equador em Londres se vencer a disputa de domingo.
O candidato do governo, Lenin Moreno, de 64 anos, ex-vice-presidente que é paraplégico, perdeu a vitória no primeiro turno, em fevereiro, pelo limite mínimo e as últimas pesquisas o mostram a frente de Lasso no segundo.
Moreno, que usa uma cadeira de rodas desde que foi baleado em um assalto em 1998, prometeu ampliar os benefícios sociais para mães solteiras, pensionistas e portadores de necessidades especiais equatorianos, enquanto é mais conciliador que Correa. Ele retrata seu oponente como um elitista que acabará com políticas de bem-estar social e o conecta à crise financeira de 1999, quando centenas de milhares de equatorianos perderam suas poupanças, uma mensagem que ressoou fortemente no país pobre de cerca de 16 milhões de habitantes. / REUTERS, AFP e EFE