CAIRO - O braço do Estado Islâmico (EI) no Egito reivindicou a autoria de uma série de ataques que matou ao menos 27 policiais na quinta-feira 29, no pior incidente de violência antigoverno em meses no país, depois que as comemorações pela revolta de 2011 resultaram em mortes na semana passada.
Após os ataques, o presidente egípcio Abdel Fattah Sissi interrompeu sua viagem à Etiópia para voltar ao Cairo, informou a agência estatal de notícias Mena nesta sexta-feira, 30.
Tuítes publicados na conta oficial do grupo militante Província do Sinai assumem a responsabilidade pelos quatro ataques ocorridos na província Sinai do Norte na noite de quinta. Os ataques ocorreram em intervalos de algumas horas.
O Ansar Bayt al-Maqdis, grupo militante mais ativo do Egito, mudou seu nome para Província do Sinai no ano passado após jurar aliança ao EI, grupo militante sunita radical que conquistou territórios no Iraque e na Síria.
Horas antes do ataque, o grupo postou, em sua conta oficial no Twitter, fotografias de militantes mascarados vestidos de negro carregando granadas propelidas por foguetes, numa demonstração de força, enquanto seguram a bandeira do EI.
O amplo ataque realizado na noite de quinta-feira exigiu um nível de coordenação inédito. O primeiro ataque foi uma explosão a bomba a instalações militares na capital da província Sinai do Norte, que matou 25 pessoas e feriu ao menos 58, entre elas nove civis, disseram fontes de segurança e da área médica.
O principal jornal do governo egípcio, o Al-Ahram, disse que seu escritório na cidade de Al-Arish, que fica em frente aos prédios militares, ficou "completamente destruído", mas não ficou claro se o local também foi alvo do ataque.
Mais tarde, supostos militantes mataram um major do Exército e feriram outras seis pessoas em um posto de verificação em Rafah, enquanto um ataque a um outro posto em Al-Arish feriu quatro soldados, de acordo com fontes de segurança.
Uma bomba deixada à margem de uma estrada na cidade de Suez, que não fica no Sinai, e matou um policial não foi reivindicada pelo braço do EI. /AP e REUTERS