Brasil aceita indicação de novo embaixador de Israel

Em 2015, governo Dilma rejeitou diplomata ligado a assentamentos judaicos na Cisjordânia

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Atualização:

O Itamaraty anunciou nesta terça-feira, 17, a concessão de agrément para o diplomata Yossi Shelley, indicado pelo governo Israel para assumir sua embaixada em Brasília. A normalização ocorre mais de um ano após um impasse entre os dois países, provocado ainda no governo Dilma Rousseff, em virtude da indicação de Dani Dayan, um antigo líder de assentamentos judaicos na Cisjordânia.

"O governo brasileiro tem a satisfação de informar que concedeu agrément ao senhor Yossi Shelley como embaixador extraordinário e plenipotenciário de Israel no Brasil. Brasil e Israel estabeleceram relações diplomáticas em 1949", informou a chancelaria brasileira, em nota.

Momento em que presidente palestino,Mahmoud Abbas, e premiê israelense, Binyamin Netanyahu, apertam as mãos durante funeral de Shimon Peres, em Jerusalém Foto: Amos Ben Gershom, Israeli Government Press Office via AP

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O Ministério do Exterior de Israel celebrou a concessão do agrément - termo diplomático para a permissão ao embaixador trabalhar no país. "A chancelaria israelense acredita que com essa indicação as relações entre Brasil e Israel entram em uma nova era", diz o texto. "Israel espera que suas relações econômicas e comerciais com a sétima maior economia do mundo melhorem."

Dilma hesitou em conceder o agrément a Dayan em virtude do envolvimento dele com os assentamentos judaicos na Cisjordânia. Desde 2010, o Brasil reconhece o Estado Palestino na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. O governo brasileiro não é obrigado a aceitar a indicação, mas Israel à época pressionou pela aceitação de Dayan.

O Estado de Israel deixará o nível de relacionamento diplomático com o Brasil a um nível secundário se o apontamento de Dani Dayan não for confirmado", afirmou a vice-ministra de Relações Exteriores Tzipi Hotovely na época. / AP

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