Bush frustra expectativa paquistanesa de acordo nuclear

Para o presidente americano, Índia e Paquistão são países "diferentes"

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, não deu garantias públicas neste sábado de que Washington irá prover ao Paquistão a mesma assistência nuclear prometida ao maior rival da nação Islâmica, a vizinha Índia. Bush chegou ao Paquistão nesta sexta-feira logo após assinar um acordo de transferência de tecnologia atômica à Índia. Em troca, Nova Délhi aceitou abrir seu programa nuclear civil à inspeções internacionais. O Paquistão pediu ao presidente americano um acordo similar, mas, em uma coletiva de imprensa após o encontro entre os dois mandatários, Bush não deu sinais de que irá atender a demanda. "A Índia e o Paquistão são países diferentes, com necessidades e histórias diferentes", disse o presidente. "Nossas estratégias devem levar isso em consideração", completou. O ministro do exterior do Paquistão, Khursheed Kasuri, informou que o país pleiteou com o presidente americano um acordo de cooperação nuclear civil. "Nós pedimos aos Estados Unidos um tratamento similar, e creio que eles tenham entendido nossa posição", disse Kasuri, referindo-se a parceria firmada com a Índia. O chanceler paquistanês ressalvou que o acordo pode levar algum tempo para ser firmado. "É necessário pavimentar um caminho para esse tipo de coisa. Elas não acontecem do dia para a noite", completou. Os Estados Unidos estão relutantes em dividir tecnologia nuclear com o Paquistão pois temem que as informações cheguem a países interessados em desenvolver armamento nuclear. Há dois anos, um cientista paquistanês foi acusado de comandar um lucrativo mercado negro que teria fornecido informações para os programas nucleares secretos do Iran, Líbia e Korea do Norte. Embora tenha negado a ajuda, Bush disse que enviará seu secretário de energia ao Paquistão para ajudar o país a solucionar suas demandas energéticas. O presidente não informou, no entanto, quando o diplomata chegará ao país.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.