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Casa Branca prepara novo projeto de lei sobre imigração após ‘morte’ do Daca

Anúncio foi divulgado horas após Donald Trump afirmar, pelo Twitter, que não planeja negociar acordos para substituir programa de proteção aos jovens imigrantes

Atualização:

WASHINGTON – A Casa Branca afirmou nesta segunda-feira, 2, que está preparando uma nova proposta de lei sobre imigração, mas evitou dar detalhes sobre o conteúdo do projeto e não esclareceu se ele incluirá uma solução para os jovens imigrantes protegidos da deportação pelo Programa de Ação Diferida para os Nascidos na Infância (Daca, na sigla em inglês).

A mensagem da Casa Branca foi divulgada horas depois de o presidente americano, Donald Trump, ter afirmado no Twitter que o Daca estava "morto" e que não planeja negociar mais acordos com os democratas para substituí-lo por uma solução permanente.

Donald Trump chegou a dizer pelo Twitter que não iria negociar acordos para substituir programa que garante proteção a jovens imigrantes Foto: AP Photo/Evan Vucci

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O "Daca" é o programa criado em 2012 pelo ex-presidente democrata Barack Obama com objetivo de proteger da deportação pessoas que haviam sido levadas aos EUA ainda crianças por pais que eram imigrantes ilegais. + Trump viaja à Califórnia para avaliar protótipos do muro que pretende erguer na fronteira com México+ Mexicanos prometem pular modelos de muro vistos por presidente

"O Departamento de Segurança Nacional está trabalhando com a Casa Branca em outro pacote legislativo para preencher os vazios legais no sistema migratório dos EUA que são perniciosos e perigosos", disse um funcionário do governo que pediu anonimato. "Estamos há vários meses falando isso, que queremos acabar com os vazios legais para termos um sistema migratório eficiente em ambos os lados da fronteira", completou.

A fonte não quis dar mais detalhes sobre o conteúdo da proposta, mas insinuou que poderia conter os pontos que a Casa Branca considera como prioritários em qualquer reforma sobre o tema.

Em outubro do ano passado, o governo Trump propôs abrir o caminho para a cidadania dos beneficiados pelo Daca, os chamados “Dreamers” (sonhadores), mas exigiu em troca a destinação de recursos para a construção do muro na fronteira com o México, uma maior agilidade na expulsão de menores de idade vindos da América Central, a contratação de mais agentes de fronteira e um limite para a concessão de vistos por meio de um sistema de mérito.

Como não houve acordo entre a Casa Branca e o Congresso, o destino do Daca está agora nas mãos da Justiça. Enquanto o caso não é votado, o governo deve permitir que os jovens inscritos no programa renovem sua participação, mas novas inscrições estão suspensas.+ Proteção imigratória para os 'dreamers' continua, dizem EUA+ Senadores apresentam plano migratório que desafia Trump

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O funcionário do governo ouvido pela reportagem afirmou que o Daca é um "imã" para os imigrantes ilegais que estão chegando ao país porque causa a sensação de que o governo é "indulgente".

No entanto, nenhum deles poderia ser beneficiário do Daca. Mesmo no texto original, o programa tinha um alcance limitado e só beneficiava aqueles que vivessem nos EUA desde 2007. //EFE

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