Casal acusado de atentado na Califórnia tinha mais de 6 mil cartuchos de munição

Autoridades em Washington declararam que, até o momento, não há evidências seguras de uma ligação entre o casal e algum grupo militante islâmicos

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SAN BERNARDINO, CALIFÓRNIA - O casal acusado de matar 14 pessoas em uma festa de fim de ano no sul da Califórnia tinha mais de 6 mil cartuchos de munição e uma dezena de bombas improvisadas com eles e em outros locais, disseram autoridades na quinta-feira. Elas buscam determinar se os dois tinham ligações com grupos militantes islâmicos.

Syed Rizwan Farook, de 28 anos, e Tashfeen Malik, de 27, descrita como mulher de Farook e mãe da filha de seis meses dele, foram mortos em uma troca de tiros com a polícia cinco horas após o massacre de quarta-feira no Centro Regional Inland, uma agência de serviços sociais, na cidade de San Bernardino. No total, 21 pessoas ficaram feridas no ataque.

Bombeiros prestam assistência a feridos em ataque em San Bernardino, na Califórnia Foto: REUTERS/NBCLA.com

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Na quarta-feira de manhã, Farook e Tashfeen deixaram o seu bebê de seis meses com a mãe de Farook, dizendo que iriam a uma consulta médica. A avó começou a se preocupar quando soube do tiroteio e entrou em contato com o casal, mas não obteve resposta. Incialmente, os parentes acharam que os dois poderiam ter sido vítimas do ataque.

O chefe de polícia de San Bernardino, Jarrod Burguan, afirmou à imprensa que as buscas em uma casa em Redlands, que pode ter sido usada por Farook e Malik, encontrou pen drives, computadores e celulares.

Autoridades em Washington que estão acompanhando as investigações declararam que até agora não havia evidências seguras de uma conexão direta entre o casal e algum grupo militante no exterior, mas que os equipamentos eletrônicos seriam checados para ver se os dois estiveram navegando em sites ou perfis extremistas.

A emissora CNN, citando fontes da área de segurança, afirmou que Farook havia sido "radicalizado" e mantinha contato por telefone e redes sociais com mais de um suspeito internacional de terrorismo sob investigação do FBI, a polícia federal americana.

Farook, cidadão americano, nasceu em Illinois e é filho de imigrantes paquistaneses, de acordo com Hussam Ayloush, chefe da filial de Los Angeles do Conselho de Relações Islâmico-Americanas (CAIR).

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Aparentemente, Farook e Tashfeen não tinham perfis em redes sociais populares como Facebook e Linkedln, mas Farook estava registrado em pelo menos dois sites para encontros virtuais, um para "serviços de encontro e matrimoniais indianos", e outro descrito como "fornecedor legal de serviços de casamento nos Emirados Árabes". Não estava claro quando ele havia criado esses perfis.

Colegas de trabalho afirmaram ao jornal Los Angeles Times que Farook havia viajado para a Arábia Saudita e voltado com sua nova esposa, a quem ele conheceu pela internet.

No site iMilap.com, Farook se descreveu como um homem muçulmano de 22 anos que morava em Riverside, na Califórnia, vinha de uma "família religiosa, mas moderna, de duas irmãs e dois irmãos".

Vítimas. A polícia de San Bernardino publicou na quinta-feira a lista oficial de vítimas do tiroteio ocorrido na cidade. Elas tinham entre 26 e 60 anos de idade.

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Os mortos foram identificados como Shannon Johnson, de 45 anos; Bennetta Bet-Badal, de 46; Aurora Godoy, de 26; Isaac Amanios, de 60; Larry Kaufman, de 42; Harry Bowman, de 46; Yvette Velasco, de 27; Sierra Clayborn, de 27; Robert Adams, de 40; Nicholas Thalasinos, de 52; Tin Nguyen, de 31; Juan Espinoza, de 50; Damian Meins, de 58; e Michael Wetzel, de 37.

O xerife do condado de San Bernardino, John McMahon, afirmou em comunicado que o tiroteio causou "uma enorme tragédia pessoal" para as famílias, amigos e companheiros de cada uma das vítimas.

"Devemos manter-nos fortes e oferecer apoio a cada uma das pessoas afetadas por este ataque sem sentido", acrescentou. /REUTERS e EFE

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