A improvável vitória do democrata Doug Jones é um sinal de que a fórmula para vencer uma eleição num clima político extremamente polarizado, aperfeiçoada por Trump, não é tão confiável. “À medida que o movimento #MeToo (#EuTambém) se consolida e amadurece, ele vai além de extirpar os malfeitores individualmente para buscar um novo patamar de responsabilidade”, declarou Fatima Goss Graves, presidente do National Women’s Law Center. “O objetivo é que os indivíduos sejam responsabilizados, mas também queremos transformar as instituições. E há uma pressão para que as instituições finalmente entendam isso.”
Em entrevista realizada antes de a eleição no Alabama ser concluída, a deputada do Partido Democrata Pramila Jayapel, de Washington, afirmou que, se Jones vencesse a eleição, seria uma vitória política fantástica e uma vitória das mulheres de todo o país, porque não haveria um pedófilo no Senado dos Estados Unidos. “Mas o assunto não encerrou. Ainda existem muitas questões que temos de resolver”, disse.
A deputada observou que muitos líderes republicanos em Washington também se opunham a Moore. “Sob muitos aspectos, Roy Moore foi a mais fácil de todas as disputas que nós, do movimento #MeToo, temos pela frente.”
Uma delas será como lidar com as persistentes acusações contra Trump. O presidente e seus aliados insistem que todas as mulheres que o acusaram são mentirosas e politicamente motivadas, afirmando que as acusações foram contestadas judicialmente. No entanto, ele nunca entrou com processo nenhum e o assunto não será resolvido tão cedo. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO