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Cenário: Caracas pode ser 1.º grande teste externo de Trump

China, Coreia do Norte, Irã e o Ritz-Carlton de Moscou disputam entre si para se tornar a primeira grande crise, mas a Venezuela vem subindo rapidamente para o topo da lista

Atualização:

China, Coreia do Norte, Irã e o Ritz-Carlton de Moscou disputam entre si para se tornar a primeira grande crise externa de Donald Trump ao assumir a presidência. Mas a Venezuela vem subindo rapidamente para o topo da lista e poderá ser o primeiro grande teste. O país já estava numa situação caótica durante o governo de Hugo Chávez, mas as coisas pioraram muito sob Nicolás Maduro.

Os EUA apoiaram um diálogo entre o governo e a coalizão de oposição. O objetivo do diálogo, promovido pelo Vaticano, seria encontrar uma base de interesses comuns. As conversas foram suspensas há algum tempo. Maduro, extremamente impopular, culpa os rivais, os empresários e Washington pela crise política e econômica do país. A oposição está cada vez mais desesperada. 

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela Foto: AP Photo/Ariana Cubillos, File

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As ameaças são muitas – desde o ressurgimento de protestos violentos até a possibilidade de um golpe. Policiais e forças de segurança apenas intensificam a violência num país em guerra consigo mesmo. O que era outrora um pequeno número de refugiados venezuelanos hoje se tornou uma multidão de pessoas entrando no Brasil e na Colômbia.

A Venezuela pode dar calote em sua dívida. Sua economia encolheu em 10% em 2016 e a inflação deve atingir 1.600% em 2017, segundo o FMI, o que vai piorar ainda mais a já terrível situação de uma população que depende de importações.

E a Venezuela pode transbordar antes de o governo Trump ter tempo de se instalar completamente e sua equipe de Segurança Nacional começar a operar, e dispor de todas as informações necessárias sobre o país. “A pergunta que todos fazem, incluindo a equipe de transição de Trump, é se haverá um pouso suave na Venezuela ou se o país se dirige para um grande desastre humano”, afirmou um funcionário do governo americano. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO