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Cenário: Os limites da guerra e o poder de dissuasão militar dos turcos

A possibilidade de enfrentamento militar entre Rússia e Turquia esbarra em questões diversas – o trânsito do petróleo e as rotas milenares de comércio, por exemplo, não podem entrar na zona de risco

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A possibilidade de enfrentamento militar entre Rússia e Turquia esbarra em questões diversas – o trânsito do petróleo e as rotas milenares de comércio, por exemplo, não podem entrar na zona de risco. E há, além disso, a pouco conhecida capacidade militar de Ancara. Capaz de desestimular qualquer aventura, os mais de 500 mil homens e mulheres são bem treinados e equipados. O país é membro da Otan e está na primeira linha de contato entre Europa e Oriente. Há dois dias, durante inspeção da base de Incirlik, o comandante das operações aéreas, Turgut Atman, destacou “os quadros de reserva de primeira linha que somam mais de 350 mil combatentes”.

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Não é só. A frota turca de caças F-16 Falcon é de 300 supersônicos, 200 deles prontos para uso. As aeronaves são modernizadas pela indústria local. O inventário registrava até a semana passada, 10 drones Heron, israelenses, do mesmo tipo utilizado em Gaza, e outros três modelos Predator, fornecidos pelos EUA. O Heron comprado pela Turquia é especial: recebem motores mais potentes, voam por mais tempo e levam maior carga de sensores eletrônicos.

Um lote suplementar não especificado do Predator deve ser recebido ainda este mês, preparado para disparar mísseis Hellfire com alcance até 8 km. Os EUA concordaram em fornecer 115 helicópteros pesados Black Hawk, de última geração, que a fabricante Boeing começa entregar a partir de janeiro em versão customizada. Um esquadrão de avaliação, com seis unidades já opera na aviação do Exército turco, provavelmente em regime de arrendamento.

O complexo industrial de Defesa da Turquia, é capaz de certas façanhas, como tocar integralmente o projeto e as fases de desenvolvimento de um canhão 155 mm, o Panther, com alcance de 40 km, e o tanque principal de batalha Altay, de 65 toneladas, com canhão de 120 mm preparado para lançar mísseis. Duas brigadas de artilharia empregam o ATMS americano, um míssil tático transportado por um veículo blindado que pode receber ogivas de vários tipos e destruir alvos a 160 km de distância. No total, são 100 unidades. O programa de revitalização do equipamento, iniciado em 2009, envolve fragatas e corvetas de baixa visibilidade, radares, mísseis leves de porte pessoal, fuzis, pistolas e dois satélites de tecnologia própria. O investimento previsto é de US$ 30 bilhões até 2025.

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