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Cenário: Um lançamento que incomoda muita gente

Míssil disparado sobre o Japão, irritou Tóquio, mas também preocupou a Rússia, pois o artefato passou a 43 km de uma de suas bases

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A ameaça que eleva a condição de defesa dos EUA, o Defcon, de cinco estágios, foi aumentada nesta segunda-feira, em um ponto, depois do novo teste com um míssil de longo alcance pela Coreia do Norte. Não foi informado o nível atingido, mas qualquer que seja, é o início de uma escalada no Pentágono. Há razões para isso. A projeção digital da trajetória do foguete indica que uma ogiva de ataque de uma tonelada poderia ter atingido Chicago, Los Angeles ou, talvez, Washington. 

Kim Jong-un, acompanhado por seus generais, durante um dos testes de mísseis Foto: KCNA/Handout via REUTERS

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O ensaio desta vez incomodou severamente. A trajetória do veículo de 18 metros foi intencionalmente limitada, descendo como uma bola de fogo desde 3.500 km até um ponto no mar, a 1.180 km do Cabo Erimo, a leste da Ilha da Hokkaido, a segunda maior do Japão. Na capital, Saporo, vivem 1,9 milhão de habitantes. O míssil passou sobre o arquipélago.

No dia 6 de março, em um experimento múltiplo comandado pessoalmente pelo ditador Kim Jong-un, foram disparados quatro mísseis simultaneamente. Cada um deles caiu a intervalos de exatos 500 km, indicando eficiência na programação da guiagem eletrônica.

Há motivo de desconforto também ao norte, em Moscou. O foguete caiu a apenas 43 km da Ilha Sakalina, base da Marinha da Rússia, de onde saem quase todos os submarinos de ataque e os estratégicos lançadores de foguetes atômicos intercontinentais RSM-56 Bulava, armados com ogivas de transportadoras de 6 a 10 cargas explosivas independentes. 

Nos últimos 20 anos, ao menos dois testes da Coreia do Norte invadiram o espaço japonês, em 1998 e em 2009. A reação em ambas as ocasiões foi discreta e formal. Pouco depois, o Estado-Maior Conjunto informou que está dando “prioridade máxima” à instalação no país de um escudo antimísseis que combina equipamentos de grande altitude cedidos pelos EUA e sistemas de produção própria, uma espécie de 3.ª geração do conjunto americano Patriot. Uma bateria foi instalada no Bosque Ichigaya, próximo do Palácio Imperial, em Tóquio.