BELGRADO - Cerca de 130 refugiados que chegaram no domingo de Belgrado em uma "manifestação de protesto" à fronteira com a Hungria iniciaram uma greve de fome para pedir a Budapeste que lhes abra passagem à União Europeia (UE), informou nesta segunda-feira, 25, a rede de televisão sérvia RTS.
A emissora pública indicou que esses imigrantes se instalaram em um terreno arenoso a cerca de 500 metros da zona de passagem húngara nas proximidades da fronteira entre Horgos e Roszke.
Os refugiados se negaram a usar aproximadamente 30 tendas de campanha preparadas para eles em um campo improvisado no qual já há 650 refugiados aguardando para entrar na Hungria. O país introduziu há semanas normas restritivas de asilo e permite a passagem de apenas 30 pessoas por dia.
A maioria das 130 pessoas que chegaram no domingo à noite vêm do Afeganistão e do Paquistão, e são considerados pelos europeus imigrantes "econômicos", com poucas possibilidades de obter asilo.
Cerca de 300 refugiados partiram na sexta-feira de Belgrado em uma "manifestação de protesto" de 200 quilômetros, que transitaram em parte a pé. O restante desistiu do protesto.
O ministro sérvio de Assuntos Sociais, Aleksandar Vulin, declarou à RTS que na Sérvia há cerca de 3 mil refugiados, e que o número não cresce desde a semana passada, quando unidades conjuntas da Polícia e do Exército passaram a patrulhar as fronteiras de entrada ilegal.
"O número de entradas da Bulgária e da Macedônia vai decrescendo, não porque passou a crise, mas porque introduzimos novas medidas", disse Vulin. Ele advertiu ainda que os refugiados que pedirem asilo na Sérvia serão hospedados em centros de amparo.
Os imigrantes consideram a Sérvia um país de passagem para seus destinos na UE, como a Alemanha, e poucos pedem asilo.
A Sérvia é, junto à Macedônia, Croácia e Eslovênia, parte da chamada "rota dos Bálcãs", pela qual há um ano chegaram milhares de pessoas a países ricos da Europa, vindas principalmente do Oriente Médio. Muitas ainda tentam usar a mesma travessia, apesar de a "rota balcânica" estar oficialmente fechada desde março. / EFE
Veja abaixo: Número de refugiados atinge recorde