PUBLICIDADE

Chanceler francês alerta para risco de criação de reduto do Estado Islâmico na Síria

Jean-Marc Ayrault denunciou que a ‘lógica de guerra total’ e de ‘brutalidade extrema’ de Bashar Assad e Rússia não oferecerá uma solução para os sírios

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

PARIS - O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Marc Ayrault, advertiu nesta terça-feira, 6, que a estratégia de "guerra total" do regime sírio de Bashar Assad com o apoio da Rússia corre o risco de levar a uma partilha da Síria e à criação de um reduto do Estado Islâmico (EI) no país.

Ayrault denunciou, em entrevista à emissora Radio France International (RFI), que "a lógica da guerra total" e "de uma brutalidade extrema" de Assad e Rússia, não oferecerá uma solução, embora consigam conquistar totalmente a cidade de Alepo. "A via militar, a da brutalidade (...) conduz a um caos durável na região, ameaça todo o equilíbrio da região" e "não permite erradicar" o EI, afirmou o ministro.

Cartaz do presidente sírio Bashar Assad é visto em fachada de shopping destruído em Homs, na Síria Foto: Sergey Ponomarev/The New York Times

PUBLICIDADE

Por essa razão, justificou a reunião ministerial que ele mesmo organizou no sábado em Paris com os "países amigos da Síria democrática". Ayrault detalhou que, além da França, participarão também EUA, Alemanha, Itália, Espanha, União Europeia, "países árabes" e Turquia.

O ministro insistiu que o encontro visa evitar que a atual dinâmica de "guerra total" conduza "à partilha da Síria (...) com o risco que se constitua um reduto do EI”.

Ayrault lamentou também o fracasso na segunda-feira pela "obstrução da Rússia" - que impôs seu veto - de um novo projeto de resolução sobre a Síria no Conselho de Segurança da ONU, para permitir o acesso humanitário a Alepo.

"Desde o princípio da crise síria, a França considera que somente uma solução política permitirá voltar a colocar a Síria no caminho da paz e da estabilidade", indicou o chefe da diplomacia francesa em uma declaração divulgada pelo seu departamento. / EFE

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.