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Chavismo extingue prefeitura da Grande Caracas, que pertencia a opositor foragido

Com jurisdição sobre os cinco municípios que compõem capital venezuelana, a administração metropolitana era considerada a entidade municipal mais poderosa do país

Atualização:

CARACAS - A Assembleia Nacional Constituinte (ANC) da Venezuela aprovou nesta quarta-feira por unanimidade a extinção da Prefeitura Metropolitana de Caracas, cujo último prefeito eleito, o opositor Antonio Ledezma, fugiu do país no mês passado, quando cumpria prisão domiciliar. Com jurisdição sobre os cinco municípios que compõem a Grande Caracas, a Prefeitura Metropolitana era considerada a entidade municipal mais poderosa do país.

AntonioLedezma, ex-refeito metropolitano de Caracas, estavadetido desdefevereiro de 2015; no mês passado, o opositor fugiu da Venezuela Foto: REUTERS/Paul Hanna

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Após a vitória de Ledezma, em 2008, o governo de Hugo Chávez criou uma prefeitura paralela que reduziu a capacidade de atuação da Prefeitura Metropolitana. Ledezma foi detido em fevereiro de 2015 acusado de formação de quadrilha e conspiração. Em 2013, o opositor tinha sido reeleito prefeito metropolitano de Caracas.

Por meio de um decreto, a ANC - organismo que rege a Venezuela como um supra-poder, integrado somente por chavistas - suprimiu ainda a prefeitura do Distrito Alto Apure, no sudoeste do país, que também estava sob controle da oposição.

Tanto a Prefeitura Metropolitana de Caracas quando o governo da capital venezuelana foram criados na Constituição de 1999, que deverá ser reescrita pela ANC. A eliminação da administração unificada dos municípios de Caracas foi considerada pela oposição uma tipo de boicote.

"O temor do governo é ter na prefeitura um funcionário com mais popularidade que o presidente (Nicolás Maduro)", afirmou o opositor Diego Arria.

O cargo de prefeito metropolitano de Caracas não entrou em disputa nas eleições de 10 de dezembro, que foram convocadas pela ANC - nas quais o chavismo saiu vencedor, após a oposição venezuelana se fragmentar e parte dos opositores ter se recusado a participar do pleito.

O chavista Juan Barreto, antecessor de Ledezma, afirmou que a dissolução da Prefeitura Metropolitana fazia parte da agenda do chavismo desde a época em que ele era prefeito. / AFP 

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