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Chefe de direitos humanos da ONU classifica ataques aéreos em Alepo como crimes de guerra

Zeid Ra'ad al Hussein afirmou que o cerco e os bombardeios no leste da cidade síria são 'crimes de proporções históricas'

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Por Redação
Atualização:

GENEBRA - A principal autoridade de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) disse nesta sexta-feira, 21, que o cerco e bombardeios no leste da cidade síria de Alepo são "crimes de proporções históricas" que causaram grande número de mortes de civis, vistos como crimes de guerra.

Zeid Ra'ad al Hussein, alto comissário de direitos humanos nas Nações Unidas, não mencionou especificamente o nome da Rússia, cujos aviões de guerra participaram dos ataques aéreos em apoio aos soldados de Assad, mas deixou implícito que as críticas também eram direcionadas ao Kremlin. "Os grupo de oposição armada continuam lançando morteiros e outros projéteis em vizinhanças de civis em Alepo, mas ataques aéreos indiscriminados na parte leste da cidade por forças do governo e seus aliados são responsáveis pela maior parte das mortes de civis", afirmou o comissário da ONU.

Para o alto comissário de direitos humanos da ONU, Zeid Ra'ad al Hussein, cerco e o bombardeio no leste de Alepo são 'crimes de proporções históricas' Foto: REUTERS/Denis Balibouse

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Hussein, em discurso por vídeo ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, pediu mais uma vez às grandes potências para colocarem de lado suas diferenças e encaminharem a situação na Síria ao procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI). "As violações e os abusos sofridos por pessoa em toda a Síria, incluindo o cerco e o bombardeio às regiões no leste de Alepo, não são simplesmente tragédias. Eles também constituem crimes de proporções históricas", completou o alto comissário.

A Rússia nega que seus bombardeios tenham como objetivo atingir de forma deliberada civis sírio e afirma que est[a combatendo terroristas. Os embaixadores de Rússia e Síria garantiram ainda que suas forças estão respeitando um cessar-fogo de 11 horas em Alepo para permitir a retirada de feridos e civis em geral da cidade.

O brasileiro Paulo Sérgio, presidente da comissão de inquérito da ONU sobre a Síria, disse que o painel irá continuar documentando crimes de guerra em Alepo e apelou ao governo do presidente Bashar Assad que providencie informações sobre violações. "Hospitais, mercados, padarias e estações de tratamento de água foram destruídos por ataques aéreos, ampliando os efeitos do cerco a Alepo", afirmou Pinheiro. / REUTERS

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