Chelsea Manning agradece Obama em primeira entrevista após ser solta

Em maio, Chelsea, de 29 anos, foi solta de uma prisão militar do Estado do Kansas, onde cumpria pena por repassar segredos ao site WikiLeaks, uma das maiores violações de dados sigilosos da história dos EUA

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WASHINGTON - Chelsea Manning, a militar transgênero do Exército dos Estados Unidos que passou sete anos na prisão por vazar dados confidenciais, agradeceu ao ex-presidente americano Barack Obama em lágrimas por lhe conceder um perdão.

Fotografia de Chelsea Manning divulgada em seu perfil no Twitter Foto: AFP PHOTO / BALESTRAMEDIA

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Em trechos de uma entrevista exibida no programa Good Morning America, da rede ABC, nesta sexta-feira, Chelsea disse não ter conversado com Obama desde que ele comutou sua pena cinco meses atrás, mas que, se pudesse, lhe diria o quão agradecida está.

"Eu recebi uma chance, isso é tudo que eu queria", disse ela a Juju Chang, co-âncora do programa Nightline, da ABC, com a voz embargada de emoção. "Tudo que eu pedi foi uma chance, só isso".

Em maio, Chelsea, de 29 anos, foi solta de uma prisão militar do Estado do Kansas, onde cumpria pena por repassar segredos ao site WikiLeaks, uma das maiores violações de dados sigilosos da história dos EUA.

Ela trabalhava como analista de inteligência no Iraque, e em 2013 uma corte marcial a condenou por espionagem e outros delitos por ter fornecido mais de 700 mil documentos, vídeos e cabos diplomáticos ao WikiLeaks, uma organização internacional que publica informações de fontes anônimas.

Chelsea se assumiu como transgênero pouco depois de receber a sentença, mas os militares rejeitaram seu pedido de terapia hormonal enquanto esteve na prisão. Ela foi colocada em uma solitária depois de tentar o suicídio duas vezes.

A ex-militar continuou a lutar pelo tratamento, e por fim as autoridades cederam. Na entrevista à ABC, ela disse que a terapia hormonal é essencial.

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"É literalmente o que me mantém viva. Isso me impede de me sentir como se estivesse no corpo errado", afirmou. "Eu tinha sentimentos horríveis, era como se quisesse destruir meu corpo". / REUTERS 

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