China investe nas Novas Rotas da Seda

Ao todo, 65 países participam da iniciativa à qual os bancos chineses liberarão US$ 60 bilhões em empréstimos

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Por Redação
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PEQUIM - As chamadas Novas Rotas da Seda são um conjunto de ambiciosos projetos de infraestrutura promovidos pelo governo de Pequim com o objetivo de consolidar as relações da China com a Ásia, a Europa e a África.

A iniciativa, lançada em 2013 pelo presidente Xi Jinping, é conhecida na China como "o cinturão e a rota", uma referência ao cinturão terrestre que une China e Europa através da Ásia Central, incluindo a Rússia, e a rota marítima que permite chegar à África e à Europa pelo mar. 

Trem de carga chinês chega a estação de Barking, leste de Londres, após viajar desde a cidade de Yiwu, na Província de Zhejiang Foto: AFP / NIKLAS HALLE'N

Ao todo, 65 países, que representam 60% da população e cerca de um terço do PIB mundiais, participam da iniciativa, acompanhada de enormes investimentos da China. 

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Em maio, Xi organizou em Pequim uma cúpula mundial sobre o tema, e prometeu 100 bilhões de iuanes (cerca de US$ 15,5 bilhões) para um fundo específico. 

Secretário-geral do Partido Comunista da China (PCC), presidente da República Popular e da comissão militar central, Xi usou o Congresso deste ano para se estabelecer como líder mais poderoso do país em uma geração. Nascido em Pequim, ele se formoucomo engenheiro químico na Universidade de Tsinghua, embora tenha feito carreira dentro do partido, para o qual entrou com apenas 21 anos Foto: REUTERS/Jason Lee

Além disso, os bancos chineses vão conceder 380 bilhões de iuanes (cerca de US$ 60 bilhões) em empréstimos, anunciou o presidente chinês.

Esses são os principais projetos: 

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Ferrovias. A China já está conectada por trem com cerca de 30 cidades europeias, em viagens que duram menos de três semanas. É um meio de transporte mais rápido que o navio, embora seja mais caro. 

Entre os novos projetos planejados, há uma linha férrea de 873 quilômetros para ligar a China à costa da Tailândia. 

No Quênia, a China também está financiando uma linha de 471 quilômetros que vai ligar Nairóbi, a capital, com o porto de Mombaça, na costa do Índico.

Portos. Na Turquia, três empresas públicas chinesas compraram o terceiro porto mais importante do país, Kumport, perto de Istambul, considerado um importante elo entre o cinturão e a rota

No Paquistão, há um projeto de unir o porto de Gwadar, perto da fronteira com o Irã, ao oeste da China, graças à renovação de 500 quilômetros de estradas. 

Este porto vai facilitar o acesso dos produtos chineses ao Oriente Médio em relação à rota atual, que atravessa o Estreito de Malaca, entre a Malásia e a Indonésia. Este projeto também inclui a construção de um aeroporto em Gwadar. 

Contudo, a Índia foi contrária porque parte da infraestrutura atravessa a região da Caxemira, reivindicada pelo governo indiano.

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Parques industriais. Em Minsk, a capital da Bielorrússia, a China está construindo um parque industrial de alta tecnologia, o maior já lançado no exterior pelas autoridades chinesas. 

Um projeto similar está em construção em Kuantan, na Malásia, para tratar o aço, alumínio e óleo de palma. / AFP

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