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Choque de avião na Flórida foi intencional

Por Agencia Estado
Atualização:

O piloto do avião Cessna que no sábado chocou-se contra um edifício de escritórios em Tampa, na Flórida, levava no bolso um bilhete no qual expressava "simpatia" pelo terrorista saudita Osama bin Laden e declarava que estava agindo "sem a ajuda de ninguém", informou hoje o chefe de polícia de Tampa, Bernie Holder. "Eu caracterizo essa nota como o bilhete de um suicida", disse Holder. "Ele dizia simpatizar-se com Bin Laden e os eventos de 11 de setembro." Charles Bishop, de 15 anos, aluno de uma escola de pilotagem, voava sem autorização e ignorou as advertências para que aterrissasse, enviadas por um helicóptero da Guarda Costeira que o perseguia. Dois caças F-15 decolaram de uma base aérea das proximidades de Tampa para interceptar o Cessna, mas só chegaram depois do choque. Inicialmente, as autoridades da Flórida haviam informado que as investigações do incidente não apontavam na direção de um ataque terrorista, mas o bilhete suicida amplia a hipótese de que Bishop provocou o choque. "Era um jovem perturbado", acrescentou Holder. "Tinha poucos amigos e era muito solitário." O choque ocorreu depois que a avó de Bishop o levou à escola de vôo da Academia Nacional de Aviação, para uma aula, segundo Marianne Pasha, porta-voz do escritório do xerife do Condado de Pinellas. Ela informou que um instrutor recomendara a Bishop que verificasse o equipamento do Cessna 2000 modelo 172R, de quatro lugares, antes do início da aula. O jovem, porém, iniciou a decolagem. Após o choque, a cauda do avião ficou pendurada perto do 28º andar do edifício do Bank of America, de 42 andares. Apenas alguns funcionários de um clube estavam no edifício na hora da colisão. Nenhum deles foi ferido. Michael Cronin, advogado da Academia Nacional de Aviação, informou que Bishop estava tendo aulas desde março de 2001 e havia tido cerca de seis horas de vôo; ainda faltava um ano para Bishop poder pilotar um avião sozinho, e dois anos anos para obter sua licença de piloto. "A conclusão é a de que ele, sem dúvida, roubou o avião," explicou Cronin.

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