Clima reacende interesse por energia nuclear, diz AIEA

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A energia nuclear está se popularizando no mundo por causa da preocupação com a mudança climática, e deve ser acessível tanto a países ricos quanto pobres, disse a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU) nesta segunda-feira. Atualmente, mais de 60 países cogitam recorrer à energia nuclear para gerar energia, e 10 a 25 devem inaugurar suas primeiras usinas nucleares até 2030, disse o diretor-geral da entidade, Yukiya Amano, durante a reunião quinquenal de revisão do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), na sede da ONU. "A energia nuclear está tendo uma crescente aceitação como uma fonte estável e limpa de energia, que pode ajudar a mitigar o impacto da mudança climática", disse Amano. "A energia nuclear deve ser acessível não só aos países desenvolvidos, mas também aos países em desenvolvimento. A energia nuclear precisa ser eficiente, sustentável e lucrativa. Qualquer expansão do seu uso deve ser feita de maneira segura, sem aumentar o risco de proliferação." Acidentes nucleares como os de Three Mile Island (EUA, 1979) e Chernobyl (Ucrânia, 1986) geraram preocupações com a segurança de usinas nucleares, fazendo muitos países relutarem em desenvolver esse tipo de geração elétrica. Mas a energia nuclear volta a ser considerada por representar uma alternativa menos poluente do que a queima de combustíveis fósseis, principal origem humana dos gases do efeito estufa que provocam a mudança climática global. "A segurança nuclear melhorou consideravelmente desde o desastre de Chernobyl em 1986. Entretanto, nunca poderemos ser complacentes e devemos permanecer vigilantes", disse Amano. Há 189 países signatários do TNP, que estabelece medidas para evitar a difusão das armas nucleares, e prevê o desarmamento de países que já as possuem. A conferência começou na segunda-feira e vai até o dia 28. O TNP declara que todos os países têm direito ao uso pacífico da energia nuclear, mas nações em desenvolvimento acusam os países ricos de dificultar o acesso a essa tecnologia, sob o pretexto de impedir a proliferação de arsenais atômicos. (Reportagem da Michelle Nichols)

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