BOGOTÁ - A Procuradoria da Colômbia capturou nesta segunda-feira, 20, em Bogotá o engenheiro Andrés Cardona, supostamente envolvido na celebração irregular e execução de um contrato de obras com a construtora Odebrecht.
Cardona era sócio e membro da junta diretiva da empresa ACC Engenharia, terceirizada do consórcio Tunjuelo-Canoas, formado pelas empresas CASS, do grupo colombiano Solarte, e a filial da Odebrecht no país. A associação foi feita em 2009 para execução de obras de saneamento da Empresa de Aqueduto e Esgoto de Bogotá.
O engenheiro é o terceiro detido pelos subornos da Odebrecht no país. Os outros dois são o ex-vice-ministro de Transporte Gabriel García Morales e o ex-senador Otto Bula.
"As investigações mostram que o detido (Cardona) seria o encarregado de recolher os subornos do consórcio e enviá-los a funcionários públicos, no caso do contrato para construir um túnel interceptor para a descontaminação do Rio Bogotá", diz o comunicado.
A Procuradoria investiga um convênio no valor de 244 bilhões de pesos colombianos (US$ 85 milhões) no qual "o engenheiro havia pago um suborno milionário para obter o contrato".
Este caso resulta de uma das onze linhas de investigação que a Procuradoria abriu, na esteira do escândalo da Odebrecht na América Latina. Segundo acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, firmado em 21 de dezembro, a empreiteira admitiu ter pago propina de mais de US$ 11 milhões na Colômbia entre 2009 e 2014.
O caso implicou os dois maiores grupos políticos colombianos. As investigações do tribunal eleitoral sugerem que tanto o presidente Juan Manuel Santos quanto o opositor uribista Oscar Iván Zuluaga receberam recursos indevidos durante a campanha de 2014. Ambos negam as irregularidades. / EFE