Colonos judeus atacam vilarejo palestino

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Por Agencia Estado
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Centenas de colonos judeus armados queimaram nesta quarta-feira três casas e uma estufa de palestinos no vilarejo de Eisawya, perto do assentamento judaico de Shilo, na Cisjordânia, e fincaram a bandeira de Israel numa das residências. A polícia israelense dispersou os atacantes e informou ter prendido dois deles. Eles alegaram estar revoltados por um ataque com pedras contra um carro de colonos no dia anterior, no qual um bebê de cinco meses ficou gravemente ferido. Em Ramallah, principal cidade cisjordaniana, 13 estudantes palestinos ficaram feridos em uma manifestação com pedras contra soldados israelenses, que responderam com balas de aço revestidas de borracha. Eles queriam ir à Universidade de Bir Zeit, a mais importante em território sob controle da autoridade Palestina (AP), mas os militares proibiram sua passagem por um posto de checagem, disseram testemunhas. Nesta quarta-feira, prosseguiam os choques esporádicos nos territórios ocupados por Israel, mas a violência diminuiu bastante depois que o presidente da AP, Yasser Arafat, ordenou um "cessar-fogo total e imediato", diante da ameaça do primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, de realizar um duro ataque contra alvos palestinos em resposta ao atentado que causou a morte de 21 pessoas em Tel-Aviv na última sexta-feira. Em Jerusalém, cerca de 20.000 militantes e simpatizantes de partidos de direita, e também moradores dos asssentamentos judaicos na Faxa de Gaza e na Cisjordânia, fizeram uma manifestação nesta quarta para pedir a Sharon que "demonstre mais firmeza na luta contra o terrorismo". O governo norte-americano desmentiu nesta quarta-feira a informação publicada no diário israelense Haaretz, segundo a qual o presidente dos Estados Unidos, George Bush, deu consentimento à continuação da construção de novas casas em assentamentos judaicos. "Não fizemos nenhum acordo com os israelenses sobre a colonização", afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Richard Boucher, acentuando que os Estados Unidos consideram qualquer ampliação das colônias uma provocação que ameça inflamar uma situação já volátil na região. Boucher enfatizou que o congelamento das colônias é uma das recomendações essenciais do relatório elaborado pela Comissão Mitchell para restabelecer a confiança entre palestinos e israelenses. Ainda nesta quarta, chegou ao Oriente Médio o diretor da Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA, por sua sigla em inglês), George Tenet, que terá a missão de atuar como mediador entre representantes do setor de segurança da AP e de Israel, com a finalidade de retomar a cooperação mútua. A Casa Branca protestou pelo tratamento dispensado pelas autoridades israelenses a cerca de cem norte-americanos de origem palestina que visitavam os territórios ocupados e não obtiveram autorização para tomar o vôo de volta para os Estados Unidos. Eles teriam de tomar o avião no Aeroporto Ben Gurion, em Israel, mas estão impedidos de viajar até lá.

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