Comando jihadista tem dinheiro e é bem treinado

PUBLICIDADE

Por
Atualização:

O comando radical tem dinheiro. De acordo com um cenário produzido pela Rand Corporation, organização americana privada de análise estratégica, o exército de Abu Bakr al-Baghdadi mantém de US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões em reservas aplicadas no sistema financeiro internacional. A origem dos recursos é a venda do petróleo leve e caro extraído no campo de Deir es-Zour, no leste da Síria ocupado pelo Estado Islâmico. Mas não apenas. O grupo conta com as doações de simpatizantes em 90 países, mais o pagamento do resgate de empresários sequestrados e da extorsão de dinheiro de empresas. Há três meses alterações no fluxo habitual das transações envolvendo títulos ao portador de alto valor alertaram para a possibilidade das transações estarem sendo feitas por investidores a serviço do EI.

PUBLICIDADE

Com essa receita no bolso, as forças do califado tem ido às compras. Além de tanques russos T-72 revitalizados, capturados da tropa iraquiana, foram incorporados blindados sobre rodas, centenas de caminhonetes, armas leves, foguetes de 70 mm, mísseis de curto alcance antiaéreos e antiblindados, além claro, de muita munição.

A perícia feita nas áreas do ataque múltiplo de sexta-feira, em Paris, encontrou dezenas de cartuchos do calibre 7.62 mm, próprios do fuzil Ak-47 usados pelos terroristas. Todavia, em meio ao material havia exemplares do tipo 9.3 mm típico dos fuzis SVDK, fabricados na Rússia e utilizados por snipers, os atiradores de precisão de longa distância. O milicianos recebem treinamento e sabem ser disciplinados. A rigor, atuam sob consistente planejamento. Mais grave – o EI avança bem armado. Usa canhões russos Shipunov 2A42, de 30 milímetros, tiro rápido. Grande parte dessa artilharia é móvel, montada em picapes – as peças são assentadas sobre giroscópios, quatro deles formando o mecanismo destinado a estabilizar a plataforma metálica e permitindo disparos precisos.

Na região, os Exércitos da Síria e do Egito têm essas armas. Agências europeias de inteligência destacam a organização do EI em grupos de 240 militantes, divididos em 20 grupos de 12 combatentes.

Cada equipe tem um líder. Os 11 homens do time avançam em ondas de fogo de AK-47, lançadores de granadas de 40 mm, morteiros de 60 mm e foguetes leves do tipo RPG-7, antiblindagem.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.