Comissão eleitoral francesa analisa ataque digital à campanha de Macron

Equipe do candidato centrista descreveu a ação como "um ataque massivo e coordenado"

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PARIS - O organismo supervisor das campanhas eleitorais na França investiga, neste sábado, 6, o ciberataque e a divulgação de documentos dirigidos contra o candidato à presidência Emmanuel Macron. Sua campanha descreveu o incidente como uma tentativa de interferir nas eleições de domingo, 7.

O temor de ataques informáticos e de interferências na campanha foi constante durante a corrida presidencial francesa e se materializou na sexta quando a equipe de Macron disse ter sido vítima de uma invasão "massiva e coordenada". 

Macron, de 39 anos, ex-banqueiro e ex-ministro de Economia, é o mais cotado para vencer as eleições presidenciais francesas Foto: Regis Duvignau/Reuters

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Um usuário publicou uma grande quantidade de dados que, segundo ele, procediam da campanha de Macron. A plataforma do candidato centrista se apressou em confirmar que havia sido hackeada e que alguns dos documentos eram verdadeiros. 

O movimento político de Macron, Em Marcha, descreveu o ataque como uma tentativa de "semear a dúvida e a desinformação" e de desestabilizar o pleito. Afirmou, ainda, que tomará "todas as medidas" para esclarecer o ocorrido. Sua equipe recordou situações similares na campanha de Hillary Clinton para a presidência dos Estados Unidos, que também divulgou documentos autênticos e outros falsos. 

A campanha disse que agressores não identificados acessaram os e-mails pessoais e profissionais da equipe. Contratos e dados financeiros foram disponibilizados na internet, misturados com documentos falsos. 

Os responsáveis pelo ataque ainda são desconhecidos. O ataque golpeou uma campanha já agitada, mas não está claro se isso pode reduzir o apoio de Macron ante a líder ultradireitista Marine Le Pen.

Os franceses abandonaram os partidos tradicionais de esquerda e direita no primeiro turno e agora escolhem entre a visão europeísta e liberal de Macron ou se optam pela França protecionista e com fronteiras fechadas esboçada por Le Pen, que encontrou eco entre trabalhadores castigados pela globalização. O futuro da União Europeia pode depender dos resultados, também considerados uma prova para o populismo global. / AP

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