Comunidade internacional saúda 'grande passo' alcançado entre Bogotá e Farc

Um dia após o anúncio de um acordo histórico para encerrar o conflito armado na Colômbia, líderes e organizações elogiaram o que chamaram "grande passo" para a paz no país

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Por Redação
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Um dia após o anúncio de um acordo histórico para encerrar o conflito armado na Colômbia, líderes e organizações elogiaram o que chamaram "grande passo" para a paz no país. O acordo anunciado pelo presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e pelo líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Rodrigo Londoño ("Timochenko") foi aclamado internacionalmente. 

O secretário de Estado americano, John Kerry, elogiou o passo tudo sobretudo porque, segundo ele, tratou-se de um dos temas mais complexos da negociação: a justiça e a reparação das vítimas, a deposição das armas e uma data para o acordo definitivo. "O povo colombiano está cada vez mais perto da paz", indicou Kerry, em um comunicado, explicando que conversou por telefone com Santos e seus negociadores para parabenizá-los por sua "valentia e compromisso".

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A Noruega, uma das financiadoras da negociação, também se manifestou. "É muito positivo que o governo e o grupo insurgente Farc estejam de acordo em um calendário para encerrar as conversações e criar um tribunal especial para àqueles que estiverem por trás dos piores crimes em um dos conflitos armados mais antigos", disse o ministro das Relações Exteriores norueguês, Borge Brende, em um comunicado. 

O governo colombiano e as Farc instalaram a mesa de negociações de paz em um ato público conjunto em outubro de 2012 em Hurdal, ao norte de Oslo. Cuba e Noruega são os dois garantidores de um processo acompanhado também por Venezuela e Chile. 

  

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também se pronunciou. "Representa um avanço significativo para o sucesso de um acordo final de paz e põe a Colômbia ainda mais perto de encerrar o conflito armado mais duradouro do hemisfério", afirmou. Ban deve consersar com Santos sobre a negociação durante a Assembleia-Geral da ONU na próxima semana. 

A chefe da diplomacia da União Europeia e vice-presidente da Comissão Europeia, Federica Mogherini, por sua vez, destacou em um comunicado o fato de as partes terem estabelecido uma data para o anúncio do acordo. "A paz está mais perto do que nunca na Colômbia", afirmou. "Este é um momento que o povo da Colômbia deve aproveitar, assim como as partes no conflito e a comunidade internacional." 

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O secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, qualificou o acordo como um "passo adiante". "Este acordo, resultado de meses de trabalho conjunto, materializa a preocupação das partes para que as vítimas e sua reparação sejam a base da construção da paz na Colômbia", afirmou Almagro, em um comunicado. 

Para a Anistia Internacional, o acordo sobre justiça "traz um raio de esperança aos milhões de vítimas de violações de direitos humanos e os abusos cometidos durante 50 anos de conflito armado" na Colômbia. 

Entre os líderes latinos, Evo Morales saudou os avanços da negociação. Em uma entrevista coletiva em La Paz, ele felicitou Santos e as Farc. "Este acordo entre Colômbia e as Farc é um bom sinal para que neste novo milênio as soluções sejam pacíficas e duradouras", disse. 

O chanceler do Equador, Ricardo Patiño, expressou sua satisfação e lembrou que trata-se de um marco nos diálogos de paz que tiveram início em 2012. "Estamos muito satisfeitos, muito contentes", disse, em declarações à Rádio Pública do Equador. 

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Itamaraty. No Brasil, o Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota, segundo a qual o governo brasileiro "congratula o povo e o governo da Colômbia" pelos resultados positivos alcançados. De acordo com o texto, o entendimento "demonstra uma vez mais a determinação dos colombianos de alcançar a pacificação definitiva do país". 

 

"O governo brasileiro saúda o papel decisivo desempenhado pelo governo de Cuba nas negociações e expressa sua grande satisfação com o anúncio do compromisso das partes em assinar, dentro de seis meses, um acordo final, com vistas ao fim da violência e à reconciliação nacional", afirma o texto. / EFE, AFP, REUTERS e AP  

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