PUBLICIDADE

Confrontos violentos entre palestinos e soldados de Israel marcam 3ª semana de protestos em Gaza

Ao menos 112 pessoas ficaram feridas nas manifestações desta sexta-feira, na qual milhares de bandeiras israelenses foram queimadas perto da fronteira entre as duas regiões; um homem, ferido anteriormente, morreu, elevando para 34 o total de vítimas

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

FAIXA DE GAZA - Milhares de palestinos se dirigiram nesta sexta-feira, 13, para a cerca que separa a Faixa de Gaza e Israel, forçando os soldados israelenses a repelirem, repetidas vezes, as tentativas de atravessar a barreira. 

Membro do Hamas morre em ação israelense contra Faixa de Gaza

Em Shejaiya, um dos locais dos protestos a leste da cidade de Gaza, manifestantes queimaram pneus e aproveitaram a fumaça para mascarar a destruição de parte de uma barreira de arame farpado. Eles só recuaram depois de as forças israelenses abrirem fogo contra os palestinos.

Palestinos tentam derrubar cerca de arame farpado que separa o território israelense de Jabala, na região central da Faixa de Gaza Foto: AFP PHOTO / MOHAMMED ABED

PUBLICIDADE

O dia de protestos teve como lema a "Sexta-feira da Bandeira" - no qual o símbolo azul e branco de Israel foi queimado e o estandarte palestino em vermelho, branco, verde e preto exaltado. As gráficas em Gaza passaram boa parte da semana com uma tarefa incomum: preparar milhares de bandeiras de Israel para serem queimadas no protesto.

Pouco menos de uma semana antes de Israel celebrar seu Dia de Independência, crianças palestinas exibiam pôsteres com a bandeira israelense riscada com um xis vermelho e com um slogan que pede a morte do país.

Israel admite veracidade de vídeo que mostra palestino desarmado ser baleado em Gaza

Os manifestantes que chegavam a um acampamento, em Khan Younis, pisavam ou passavam com suas motos e até com um camelo sobre uma bandeira israelense, com sua Estrela de Davi, antes de se dirigirem para a cerca que separa Gaza de Israel. Eles faziam parte de uma grande protesto contra o bloqueio imposto por Israel a Gaza há mais de uma década.

Publicidade

Os militares israelenses disseram que foram repetidas tentativas de danificar e atravessar a barreira, além de algumas tentativas de ataques com o lançamento de explosivos improvisados contra soldados - respondidas com disparos de armas de fogo.

Ao menos 112 pessoas ficaram feridas - uma delas em estado grave - em razão das medidas antiprotesto adotadas por Israel, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Entre as vítimas estão ao menos dez médicos e paramédicos que atuavam em Khan Younis. Um homem morreu em razão de lesões sofridas anteriormente, elevando o total de manifestantes palestinos mortos para 34, segundo informações oficiais.

Mais uma vez, os protestos dividiram seus participantes, com alguns prometendo ser pacíficos, enquanto a alguns metros de distância, outros prepararam bombas de gasolina para atirar no lado israelense.

Jornalista palestino é morto por soldados israelenses em Gaza

Os protestos palestinos contra Israel começaram em 30 de março, quando os organizadores convocaram milhares de pessoas para se reunirem em uma região fronteiriça todas as sextas-feiras, até 15 de maio. 

Desafiando os alertas israelenses, alguns manifestantes se aproximaram da cerca, arremessaram objetos e iniciaram pequenos incêndios; do outro lado, os soldados abriram fogo contra os manifestantes, muitos deles desarmados. / NYT

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.