Conselho de Segurança da ONU vota resolução contra uso de gás cloro na Síria

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O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) deve votar na sexta-feira uma resolução redigida pelos Estados Unidos para condenar o uso de gás cloro como arma na Síria e que prevê medidas caso tais armas sejam usadas novamente no conflito. O embaixador francês na ONU, François Delattre, que preside o Conselho em março, disse nesta quinta-feira que espera que a resolução seja aprovada por unanimidade pelos 15 países membros. Diplomatas disseram que não estava claro como a Rússia, um país aliado da Síria, votará. O novo projeto de resolução, obtido pela Reuters, não atribui culpa pelos ataques anteriores de gás cloro na Síria. O documento "condena nos termos mais fortes qualquer uso de qualquer produto químico tóxico, como o cloro, como arma na República Árabe Síria". Se inalado, o gás cloro - um agente mortal amplamente utilizado na Primeira Guerra Mundial - se transforma em ácido clorídrico nos pulmões, o que pode levar a queimaduras internas e afogamento por meio de uma reação que libera líquido nos pulmões. A Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) encontrou evidências de que o gás cloro foi "sistematicamente e repetidamente" usado como arma na Síria. Estados Unidos, Grã-Bretanha e França acusam o governo sírio pelos ataques, que nega ter usado o material. O projeto de resolução "destaca que os indivíduos responsáveis ??por qualquer uso de produtos químicos como armas, incluindo cloro ou qualquer outro produto químico tóxico, devem ser responsabilizados". A Síria concordou em 2013 destruir todo o seu programa de armas químicas no âmbito de um acordo mediado por EUA e Rússia depois que centenas de pessoas foram mortas num ataque com gás sarin nos arredores da capital, Damasco. A Rússia apoiou uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que incluía o acordo. Embora o cloro não seja uma substância proibida, o seu uso como arma química é proibido sob a Convenção de Armas Químicas de 1997, assinada pela Síria em 2013. (Reportagem de Michelle Nichols)

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