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Contra o tráfico de drogas, presidente das Filipinas ameaça impor lei marcial

País discute a volta da pena de morte e Itamaraty acompanha caso de brasileira presa em outubro

Atualização:

MANILA - O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, afirmou que irá impor a lei marcial caso o problema das drogas se torne "muito virulento", apenas um mês após descartar como "sem noção" quaisquer sugestões de que pudesse fazer isso. Duterte fez da guerra brutal às drogas o pilar central de sua administração desde que assumiu o cargo no meio do ano passado.

Rodrigo Duterte mudou seu posicionamento um mês após descartar a possibilidade Foto: Lean Daval Jr/Reuters

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Desde julho, mais de 6 mil pessoas foram mortas na campanha antidrogas, tanto em operações policiais quanto em matanças sem explicações por "vigilantes" suspeitos. Mais de 1 milhão de vendedores e usuários de drogas foram presos ou se renderam às autoridades.

Entre os detidos no país está a brasileira Yasmin Fernandes Silva, de 20 anos, presa em outubro com mais de seis quilos de cocaína embutidos em um travesseiro. A jovem, que seguia para Dubai, foi flagrada durante uma conexão no aeroporto de Manila. O Itamaraty acompanha o caso.

Duterte, falando para membros de uma câmara de comércio na cidade de Davao na noite de sábado, afirmou ter prometido proteger o país contra todas as ameaças, incluindo drogas, as quais ele afirmou afetarem cerca de 4 milhões de pessoas.

"Se eu quiser, e se deteriorar em algo realmente muito virulento, eu vou declarar lei marcial", disse ele. "Ninguém pode me deter", disse, referindo-se à Suprema Corte e ao Congresso. "Meu país transcende todo o resto, mesmo as limitações."

As Filipinas suportaram uma década de lei marcial desde o início dos anos 1970 e memórias de campanhas para restaurar a democracia e proteger os direitos humanos estão frescas na mente de muitas pessoas.

No mês passado, Duterte pareceu descartar quaisquer possibilidades de declarar lei marcial. "Isso é sem noção. Tivemos a lei marcial antes, e o que aconteceu? Isso melhorou nossas vidas agora? Nem um pouco", disse ele.

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