Coreia do Norte aceita suspender testes nucleares para negociar com os EUA, diz Seul

Donald Trump falou no Twitter que pode se tratar de uma 'falsa esperança'; segundo uma autoridade sul-coreana, o líder Kim Jong-un concordou também em organizar uma reunião de cúpula no fim de abril com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in

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Por Redação
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SEUL - Uma autoridade sul-coreana disse que o presidente da Coreia do Norte, Kim Jong-un, concordou nesta terça-feira, 6, em organizar uma reunião de cúpula no fim de abril com o líder da Coreia do Sul, Moon Jae-in, e impor uma proibição temporária de testes nucleares e de mísseis para dialogar com os EUA. O presidente americano, Donald Trump, reagiu em sua conta no Twitter e falou sobre um "possível progresso" com relação a conversas, mas disse que pode ser uma "falsa esperança". Ele ainda acrescentou que um "esforço sério" vem sendo feito dos dois lados.

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Chung Eui-yong (foto), assessor para segurança do presidente sul-coreano, disse que Kim Jong-un concordou em organizaruma reunião de cúpula no fim de abril com Moon Jae-in Foto: AP Photo/Lee Jin-man

"Possível progresso vem sendo feito com a Coreia do Norte. Pela primeira vez em muitos anos, um esforço sério está sendo feito por todos os lados envolvidos. O mundo está vendo e esperando! Pode ser uma falsa esperança, mas os EUA estão prontos para seguir firme em qualquer direção."

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A reunião entre Kim e Moon será realizada em Panmunjom, na zona desmilitarizada que separa a Coreia do Norte da Coreia do Sul, afirmou o emissário Chung Eui-yong, assessor para segurança do presidente sul-coreano. O encontro será precedido por uma conversa telefônica entre os dois líderes, explicou. Até o momento, Pyongyang não se pronunciou sobre as informações divulgadas por Seul.

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De acordo com Chung, a Coreia do Norte deixou claro que não precisaria manter armas nucleares se as ameaças militares contra o país cessassem e recebesse uma garantia crível de segurança.

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Kim Jong-un ofereceu na segunda-feira um jantar aos enviados da Coreia do Sul - incluindo Chung e o restante dos delegados escolhidos por Moon, entre eles o diretor do Serviço Nacional de Inteligência (NIS), Suh Hoon -, ao lado de sua mulher, Ri Sol-ju, e de sua irmã, Kim Yo-jong, em um encontro que durou mais de quatro horas.

O encontro na sede do Partido dos Trabalhadores, a primeira vez em que os representantes do governo sul-coreano visitaram o local, foi avaliado pelos dois países como "satisfatório" e representa mais um passo na aproximação entre as duas Coreias.

Kim recebeu a comitiva de Seul, liderada por Chung, poucas horas depois da sua chegada a Pyongyang. Segundo a agência estatal de notícias KCNA, o jantar foi realizado em um ambiente "cordial" e "fraternal". / AP e AFP

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