SEUL - A Coreia do Norte anunciou nesta segunda-feira, 13, que realizou um bem-sucedido teste de um míssil balístico de médio a longo alcance na madrugada de domingo, reivindicando avanços no seu programa armamentista em uma violação de resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU).
A Coreia do Norte disparou o míssil no mar no que foi o primeiro desafio à promessa do presidente dos EUA, Donald Trump, de ser duro com o país, um regime isolado que testou diversos artefatos nucleares e mísseis balístico em 2016.
A agência de notícias estatal norte-coreana KCNA disse que o líder do país, Kim Jong-un, supervisionou o teste do Pukguksong-2, um novo tipo de arma estratégica capaz de carregar uma ogiva nuclear.
EUA, Japão e Coreia do Sul solicitaram uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU sobre o teste, disse uma autoridade da missão americana nas Nações Unidas. O Japão afirmou que a imposição de novas sanções à Coreia do Norte pode ser discutida na ONU e pediu à China que desempenhe um papel "construtivo" na resposta ao teste.
O CS já aprovou em 2016 dois pacotes de sanções contra Pyongyang depois que detonou duas bombas atômicas em apenas oito meses e realizou mais de 20 lançamentos de projéteis balísticos, entre eles o de um foguete espacial. A ação foi considerada pela comunidade internacional um teste encoberto de um míssil balístico de alcance intercontinental.
Críticas. A China é a principal aliada e parceira comercial da Coreia do Norte, mas está irritada com as repetidas ações agressivas do país, embora rejeite as sugestões dos EUA e de outros países que afirmam que Pequim deveria fazer mais para conter o país vizinho.
Em entrevista coletiva, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Geng Shuang, manifestou a rejeição de seu país ao teste balístico, e pediu aos países envolvidos - EUA, Coreia do Sul e Japão - que se abstenham de realizar ações que possam provocar uma escalada das tensões.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia também expressou preocupação com o lançamento, segundo a agência de notícias RIA. "Consideramos o lançamento do míssil realizado pela Coreia do Norte em 12 de fevereiro como um novo menosprezo às exigências contidas nas resoluções do Conselho de Segurança da ONU. Isso é lamentável e não pode deixar de causar preocupação", afirma uma nota da Chancelaria russa.
Ao mesmo tempo, Moscou pediu que "todas as partes interessadas não deem passos para ações que conduzam a uma escalada da tensão".
O Ministério das Relações Exteriores reiterou que a Rússia acredita na via política-diplomática como única para regular os problemas da península coreana, incluído o nuclear. "O caminho rumo à paz e à estabilidade na região passa pela renúncia ao confronto e a aplicação de esforços para melhorar a situação político-militar na Ásia Nordeste", conclui a nota. / EFE, REUTERS e AFP