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Coreia do Norte planeja realizar ‘em breve’ novos testes nucleares

Para o líder Kim Jong-Un, objetivo é ‘aumentar a capacidade de ataque nuclear’ de Pyongyang. Japão qualificou a ação como uma ‘provocação inaceitável’

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Por Redação
Atualização:

SEUL -A Coreia do Norte disse nesta terça-feira, 15, que planeja realizar "em breve" novos testes nucleares e de mísseis balísticos, em um momento de tensão na região depois das sanções impostas contra o regime comunista e pelos exercícios militares conjuntos realizados pela Coreia do Sul e EUA.

A agência de notícias estatal norte-coreana KCNA relatou em um comunicado que o líder do regime, Kim Jong-Un, afirmou que, "em um curto período de tempo", serão realizados "um teste de detonação de uma ogiva nuclear e um teste de lançamento de vários tipos de mísseis balísticos de fabricação local capazes de transportar ogivas atômicas".

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O objetivo dos testes é "aumentar a capacidade de ataque nuclear" de Pyongyang, alegou Kim.

O ditador, que insiste com a ameaça há algumas semanas, deu ordens às "áreas relevantes para realizarem os preparativos até os últimos detalhes" durante uma reunião com cientistas e técnicos da indústria militar do país.

Em sua visita às instalações militares, a agência reportou que Kim presenciou um teste de resistência térmica das ogivas dos mísseis intercontinentais norte-coreanos, supostamente preparados para transportar explosivos atômicos.

O líder da Coreia do Norte também apostou em "melhorar ainda mais a eficácia da capacidade de ataque nuclear" do Exército norte-coreano, segundo o comunicado.

Apesar de Pyongyang ter declarado em várias ocasiões sua intenção de seguir realizando testes nucleares e de mísseis como os que aconteceram respectivamente em janeiro e fevereiro deste ano, esta é a primeira vez desde então que o regime anuncia publicamente que irá fazê-lo "em breve".

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O país comunista assegura possuir mísseis com carga atômica, mas especialistas internacionais não acreditam que o país conte com a tecnologia necessária para miniaturizar ogivas nucleares.

A Coreia do Norte intensificou sua retórica belicista e as exibições militares desde que novas sanções internacionais foram adotadas contra o país como resposta a seu teste nuclear de 6 de janeiro e ao lançamento de um foguete espacial em 7 de fevereiro, que foi considerado um teste de mísseis encoberto.

A Coreia do Sul alertou mais uma vez que o Norte prepara algum tipo de "provocação" armada perto da fronteira e que planeja enviar drones - provavelmente de espionagem - ao país vizinho, segundo informou o Ministério da Defesa aos deputados da Assembleia Nacional (Parlamento) de Seul.

A presidente sul-coreana, Park Geun-hye, afirmou que os norte-coreanos serão expostos à "autodestruição" se não limitarem suas ambições nucleares. "A Coreia do Norte caminhará para a autodestruição se não mudar", disse em uma reunião do gabinete.

O Ministério sul-coreano também acusa Pyongyang de ter ensaiado ataques a instalações com uma maquete da capital sul-coreana, segundo revelou um deputado à agência de notícias Yonhap.

Coreia do Sul e EUA estão realizando nestes dias as maiores manobras militares conjuntas de sua história em solo sul-coreano, nas quais participam mais de 17 mil efetivos americanos e 300 mil do país asiático.

A Coreia do Norte considera essas manobras o "ensaio de uma invasão" de seu país, por isso respondeu com duras ameaças bélicas e o lançamento de mísseis ao mar como demonstração de força militar.

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Reação. O Japão qualificou nesta terça-feira como uma "provocação inaceitável" o anúncio feito pela Coreia do Norte. O governo japonês "não pode tolerar" as advertências norte-coreanas que revelam "sua falta de vontade de renunciar ao desenvolvimento nuclear e de mísseis", afirmou o porta-voz do governo japonês, Yoshihide Suga, em declarações divulgadas pela agência de notícias Kyodo.

"O Japão vai exigir de maneira firme que a Coreia do Norte preste atenção às advertências e à condenação reiterada da comunidade internacional sobre suas ações", acrescentou Suga sobre o anúncio norte-coreano. /EFE e AFP

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