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Coreia do Norte reativou reator de plutônio, diz Inteligência dos EUA

País estaria também expandindo sua usina de enriquecimento de urânio; reator de plutônio foi fechado em 2007 como parte das negociações internacionais de desarmamento

Atualização:

WASHINGTON - A Coreia do Norte reativou um reator de produção de plutônio e poderia começar a acumular reservas para o desenvolvimento de uma arma nuclear em "questão de semanas ou meses", afirmou nesta terça-feira, 9, o diretor de Inteligência Nacional dos EUA, James Clapper. 

Ele afirmou ainda que o país está expandindo sua usina de enriquecimento de urânio. Clapper entregou hoje a avaliação anual das agências de inteligência americanas sobre os principais perigos que os EUA enfrentam. 

O diretor de Inteligência Nacional dos EUA, James Clapper, fala ao Senado americano Foto: Drew Angerer/The New York Times

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O reator de plutônio foi fechado em 2007 como parte das negociações internacionais de desarmamento entre o país e potências globais. Clapper lembrou que em 2013, Pyongyang anunciou sua intenção de reformar e reiniciar instalações nucleares e incluir a instalação da usina de enriquecimento de urânio em Yongbyon seu reator de produção de plutônio moderado a grafite, o que foi confirmado em setembro. 

De acordo com Clapper, que falou perante à Comissão de Serviços Armados do Senado, os EUA consideram que a Coreia do Norte "ampliou sua usina de enriquecimento de Yongbyon e reiniciou o reator de produção de plutônio".

Além disso, os EUA acreditam que Pyongyang esteve operando esse reator "tempo suficiente para poder começar a recuperar o plutônio do combustível gasto em questão de semanas ou meses", detalhou Clapper.

As declarações de Clapper acontecem depois de a Coreia do Norte lançar, no domingo, um foguete com um satélite de observação terrestre Kwangmyongsong-4, uma ação que a comunidade internacional considera um novo teste encoberto de mísseis balísticos intercontinentais.

Esse satélite lançado entrou em órbita corretamente, segundo informou hoje o Ministério de Defesa da Coreia do Sul, que não pôde verificar se o aparelho está funcionando.

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O Conselho de Segurança das Nações Unidas, reunido de emergência no domingo a pedido da Coreia do Sul, EUA e Japão, condenou o lançamento da Coreia do Norte e anunciou que trabalha para aprovar "o mais rápido possível" uma nova resolução que inclua mais sanções ao país.

O presidente dos EUA, Barack Obama, falou por telefone na noite passada com a presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, e também com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, informou hoje a Casa Branca.

Ambas conversas tiveram como objetivo condenar o lançamento do foguete norte-coreano, que representa uma "flagrante violação" de várias resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Além disso, Obama quis enfatizar a seus colegas da Coreia do Sul e do Japão que os Estados Unidos tomarão "as medidas necessárias" para defender seus aliados na região, de acordo com a Casa Branca.

Nesta segunda-feira, o Pentágono anunciou sua intenção de instalar um moderno sistema antimísseis na Coreia do Sul "o mais rápido possível" como parte de sua resposta à "ameaça" por parte da Coreia do Norte após o lançamento do foguete de longo alcance. / AP e EFE

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