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Correa dissolve cúpula militar após reclamações

Militares da ativa criticaram governo por interferir em negociação de fundo de pensão das Forças Armadas

Atualização:

QUITO - O presidente do Equador, Rafael Correa, destituiu ontem toda a cúpula militar no país por ingerência de oficiais da ativa em assuntos internos. A decisão foi tomada após oficiais reclamarem de um deslocamento de verba de US$ 41 milhões ordenado pelo Executivo do Instituto de Segurança Social do Exército (ISSE) para o Ministério do Meio Ambiente. A transferência deixou o comando militar descontente.

Correa recebe em Quito o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan Foto: EFE|José Jácome

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“Com muita dor, tive que dissolver o Alto-Comando das Forças Armadas. Não permitiremos que ninguém manipule os soldados e o país”, escreveu Correa ontem em sua conta no Twitter.”

A polêmica começou quando o Executivo determinou a devolução de uma renda obtida com o ISSE da venda de um terreno em Guayaquil. No local, o Ministério do Meio Ambiente construiu um parque. A Procuradoria-Geral determinou em novembro que o lucro obtido com a venda do terreno fosse repassado para o ministério.

A decisão provocou polêmica entre oficiais da reserva, que temem problemas financeiros no órgão que gere suas aposentadorias. O Alto-Comando, então, divulgou um comunicado no qual manifestou discordância com a decisão.

“Os recursos do ISSE pertencem aos soldados da ativa, da reserva e às suas famílias, e o Estado tem o dever de zelar por eles”, diz o texto.

O comunicado provocou a decisão de Correa, que o considerou insubordinação, uma vez que ele é o comandante-chefe das Forças Armadas.

O presidente ainda garantiu que o instituto que gere as pensões militares está solvente e não há risco de calote nas aposentadorias. / AFP

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