A Corte Suprema das Filipinas respaldou nesta terça-feira, 4, a proclamação da lei marcial pelo presidente Rodrigo Duterte na região sul do país, que o chefe de Estado considera necessária para combater os extremistas ligados ao grupo Estado Islâmico (EI).
Duterte anunciou a lei marcial na região de Mindanao, abalada pela insurgência islamita, em 23 de maio, horas depois da ocupação de parte da cidade de Marawi por centenas de homens armados e com bandeiras do EI. Os confrontos com o Exército prosseguem até agora na localidade.
Parlamentares da oposição haviam solicitado à Corte Suprema a suspensão da lei marcial "por falta de fundamento" para sua adoção, apresentando paralelismo com o governo militar do ex-ditador Ferdinand Marcos.
Mas os juízes rejeitaram o pedido, informou o porta-voz do tribunal, Theodore Te, que não divulgou os argumentos usados para basear a decisão.
"Com esta decisão todo o governo está unido contra o inimigo comum", disse o porta-voz de Duterte, Ernesto Abella, em comunicado. "Pedimos que a população mostre seu respaldo e sua plena cooperação com as autoridades locais."
Os combates em Marawi já deixaram mais de 460 mortos, destruíram bairros inteiros e obrigaram mais de 400 mil pessoas a deixarem seus lares.
O governo filipino organizou uma grande campanha de bombardeios aéreos contra os insurgentes e uma ofensiva terrestre ao redor de Marawi, mas não conseguiu expulsar os extremistas. / AFP