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Cresce a tensão entre as duas Coreias por naufrágio

Por JACK KIM E ARSHAD MOHAMMED
Atualização:

A Coreia do Sul anunciou na segunda-feira novas medidas econômicas contra a Coreia do Norte em retaliação pelo naufrágio de um navio militar, e ambos os lados intensificaram sua retórica belicista. Os Estados Unidos, que apoiam a Coreia do Sul, alertaram que a situação é "altamente precária", A China, único aliado importante do Norte, pediu calma. Na semana passada, investigadores internacionais concluíram que a Coreia do Norte torpedeou a corveta sul-coreana Cheonan em março, matando 46 marinheiros, num dos piores incidentes entre os dois países desde a Guerra da Coreia (1950 a 1953). Os Estados Unidos, que têm 28 mil soldados na Coreia do Sul, manifestaram total apoio a Seul e disseram estar empenhados em evitar que a situação se agrave. A secretária de Estado Hillary Clinton está em visita a Pequim, onde participa da pressão dos EUA sobre a China para controlar as atitudes do seu isolado vizinho. A China evitou se posicionar nesse assunto. Analistas dizem que Pequim teme a instabilidade na Coreia do Norte. A retórica agressiva tem assustado investidores, mas analistas duvidam que a Coreia do Norte ouse ir à guerra, pois sabe que suas forças são tecnicamente inferiores às da Coreia do Sul e EUA. Para Seul, um conflito armado seria desastroso para os investimentos econômicos no país. "Peço solenemente às autoridades da Coreia do Norte (...) que se desculpem imediatamente à República da Coreia (do Sul) e à comunidade internacional", disse o presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, pela TV. Lee disse que levará o caso ao Conselho de Segurança da ONU, onde a Coreia do Norte já foi submetida a duras sanções econômicas por causa de seus programas nuclear e de mísseis. Além disso, Seul proibiu todo o comércio, os investimentos e as visitas à Coreia do Norte, e proibiu embarcações norte-coreanas de usarem uma rota mais barata nas águas do Sul. A Casa Branca disse que as sanções sul-coreanas são adequadas, e que o Norte deveria abandonar seu "comportamento beligerante e ameaçador". Mas Hillary não quis falar sobre a possibilidade de novas sanções à Coreia do Norte da ONU, onde a China provavelmente as vetaria. O governo do Japão também está discutindo eventuais novas sanções a Pyongyang. Irritado, o regime norte-coreano ameaçou alvejar transmissores que o Sul prometeu instalar para transmitir por rádio mensagens contra a Coreia do Norte. Pyongyang também divulgou nota dizendo ter o direito de ampliar sua dissuasão nuclear. "A meta da Coreia do Norte é instigar a divisão e o conflito", disse Lee no memorial de guerra em Seul. "Já é hora de o regime norte-coreano mudar." (Reportagem adicional de Jungyoun Park e Yoo Choonsik em Seul, Jeff Mason em Washington)

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