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Crianças sírias teriam sido violentadas em um campo de refugiados na Turquia

Agente de manutenção do campo de Nizip é acusado de violentar pelo menos 8 menores sírios com idades entre 8 e 12 anos em 2015. Local é considerado exemplar por autoridades turcas

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Por Redação
Atualização:

ISTAMBUL, TURQUIA - A Turquia se viu abalada na quinta-feira com a revelação de uma série de supostos abusos sexuais cometidos contra crianças sírias em um campo de refugiados considerado exemplar pelas autoridades turcas.

Um agente de manutenção do campo de Nizip, situado na província de Gaziantep, próximo da fronteira síria, é acusado de violentar pelo menos 8 crianças sírias com idades entre 8 e 12 anos em 2015, informou a agência de notícias Dogan.

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A agência do governo turco responsável pelas situações de emergência (AFAD), que gerencia o acampamento onde vivem 10,8 mil pessoas, indicou em um comunicado que "acompanhava de perto" o caso.

Vários dirigentes europeus, entre eles a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, visitaram há um mês o campo vizinho, Nizip II. Tusk elogiou a ação da Turquia, "o melhor exemplo para o mundo da forma como se devia tratar os refugiados".

O Partido Republicano do Povo (CHP), principal formação da oposição, pediu a abertura de uma investigação parlamentar e enviará nesta sexta-feira, 13, uma delegação ao campo de Nizip, indicou no Twitter Veli Agbaba, secretário-geral adjunto.

Segundo o jornal Birgün, o agente, detido em setembro, é suspeito de ter estuprado 30 crianças, ainda que a maior parte das famílias não tenha denunciado por medo de expulsão. A promotoria pede 289 anos de prisão.

O homem está sendo acusado de ter atraído as supostas vítimas para a área dos banheiros, onde as teria violentado em troca de algo entre 1,5 e 5 libras turcas (o equivalente a 0,45 centavos de euros a 1,50 euros), segundo Dogan.

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"A AFAD está tomando medidas para evitar novos incidentes desse tipo", indicou a agência no comunicado. A Turquia acolhe oficialmente 3 milhões de refugiados, incluindo 2,7 milhões de sírios. /AFP

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